Rádio cresce com a economia e capital estrangeiro na década de 30

24/06/2004 - 20h19

Brasília, 24/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - Na década de 30, o Brasil assiste ao crescimento da sua economia que atrai, pela primeira vez, investimentos estrangeiros. As empresas multinacionais começam a se instalar aqui e com elas vêem aparelhos de última geração e da mais nova tecnologia. É assim que as indústrias elétrica e fonográfica começam a crescer no país. E com elas o rádio.

As multinacionais foram as primeiras empresas a utilizar o rádio para a publicidade. Nessa época, a legislação brasileira não permitia que a veiculação de textos comerciais ocupasse mais de 10% da programação, o que dificultava a sobrevivência financeira das emissoras. A saída é fazer programas patrocinados por anunciantes.

Em março de 1932, com o Decreto Lei 21.111, o governo regulamenta e libera a propaganda comercial pelo rádio. Nesse momento, o veículo já é visto como um setor economicamente rentável, tanto pelas empresas anunciantes como pelo governo. Mas, durante as décadas seguintes, a prática dos programas patrocinados não desaparece.

Esse é o caso, por exemplo, do programa "Clube Juvenil Toddy", no ar de 1950 a 1957, inicialmente na Rádio Mario Veiga e, a partir de 1951, na Rádio Nacional. No próprio nome, a propaganda do achocolatado da empresa norte-americana Quaker.

Essa foi também a estratégia da Coca-Cola ao ser lançada no Brasil. O refrigerante escolhe o rádio como melhor meio de propaganda e patrocina o programa "Um Milhão de Melodias", que estréia na Rádio Nacional criado especificamente para o lançamento.

O rádio passa, na década de 40, a ser o maior veículo de comunicação e melhor local para os anunciantes. O aumento do número de anúncios permite o crescimento das emissoras. Elas caminham tão bem que, quando a Rádio Nacional passa a fazer parte do governo federal, em 1940, não é sustentada por recursos públicos. A rádio continua a sobreviver e a montar seus estúdios e malha tecnológica apenas com o dinheiro das propagandas.

Em 1942, a Rádio Nacional inaugura a primeira emissora de ondas curtas do Brasil e passa a transmitir seus programas para todo o país, o que a torna ainda mais atrativa para os patrocinadores.