Adriano Gaieski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A agricultura brasileira gera por ano 105 milhões de embalagens vazias de agrotóxicos, que resultam em 23 mil toneladas de sacos ou galões. Para evitar contaminações do ser humano e do meio ambiente, está sendo estruturada no País uma rede com Unidades de recebimento (UR), que somam atualmente 65 postos de coleta e 89 centrais de prensagem e amarração dos fardos resultantes da coleta dos recipientes descartados. De acordo com Antônio Carneiro Barbosa, técnico consultor do Setor de agrotóxicos, na diretoria de Licenciamento e qualidade ambiental do Ibama, até o final deste ano a previsão é de que 50% deste material esteja sendo recolhido totalmente. "Até 2006, teremos 400 URs e acontecerá a totalidade de captura deste material". O que está sendo feito agora e o projeto futuro tornam o brasil referência mundial nesta área. "Muitos já estão copiando o nosso programa’, completa.
Antônio Carneiro Barbosa lembra que o trabalho é facilitado pela Lei 9.974/2002 e pelo Decreto 4074/2002. "Isto obriga o agricultor a devolver as embalagens nos locais da compra do agrotóxico. O revendedor faz um check-list, conferindo o que foi vendido e os recipientes devolvidos. Depois disso manda para os postos ou centrais de recolhimento". O próximo passo é a remessa para o Instituto nacional de processamento de Embalagens Vazias –Inbev, que dará o destino final ao material recolhido.
De acordo com o técnico do Ibama, as recomendações aos agricultores é de que não reaproveitem, queimem ou enterrem o material na propriedade, que contamina o solo e os mananciais de água. "alguns recipientes, como galões, são atrativos para o armazenamento de leite, água ou outras bebidas. O resultado disso pode ser uma tragédia", adverte Antônio Barbosa. Para evitar esta má utilização, o técnico do Ibama recomenda que, no caso dos galões, sejam feitos furos no fundo, para impedir o reaproveitamento.