Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Guadalajara (México) - A participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na III Cúpula América Latina e Caribe-União Européia foi pontuada por oito encontros bilaterais com lideranças européias e latinas. Os principais assuntos na pauta foram a formação da área de livre comércio entre o Mercosul e a União Européia e a mobilização política para o combate à fome.
A todos, Lula convidou para a reunião que ele está propondo para o dia 20 de setembro, um dia antes da Assembléia-Geral da ONU, para discutir a criação do fundo internacional de combate à pobreza. Ele convidou o presidente do governo da Espanha, José Luiz Rodriguez Zapatero, a participar do núcleo de países que está "engajado" no combate à fome. Já fazem parte do grupo o Brasil, o Chile e a França.
"No caso da França, é importante explicitar que há uma diferença entre o acordo Mercosul-União Européia - em que a parte agrícola está limitada a acesso a mercado e na maior parte dos casos se dará em termos de cotas dos produtos agrícolas – e as discussões em torno da Organização Mundial do Comércio (OMC), em que a questão dos subsídios é mais importante", explicou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
"O presidente Chirac lembrou que também outras grandes potências subsidiam. Quanto a isso nós estamos plenamente de acordo", comentou o ministro Celso Amorim.
Segundo Amorim, o presidente do México, Vicente Fox, manifestou a intenção de associar-se de maneira mais permanente ao Mercosul, inclusive nos foros políticos. "A associação ao Mercosul pressupõe a existência de um acordo de livre comércio", ressaltou Amorim. Ainda este ano será criada uma comissão bi-nacional entre Brasil e México para dar um impulso novo à cooperação, que inclui também a área tecnológica.
Investimentos na infra-estrutura brasileira também foram tema das conversas do presidente Lula com os líderes. Lula encontrou-se com José Luiz Rodriguez Zapatero, presidente do Governo da Espanha, com Romano Prodi, presidente da Comissão Européia; Jacques Chirac, presidente da França; com Gerhard Schröder, chanceler Federal da Alemanha, com o Nicanor Duarte Frutos, presidente do Paraguai; Carlos Mesa, presidente da Bolívia, e com Oscar Berger, presidente da Guatemala.