Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Ribeirão Preto (SP) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que o governo passou a adotar uma política externa mais ousada e agressiva. E um dos primeiros passos foi consolidar o Mercosul. Além disso, foi estabelecida uma aproximação com outros países da América do Sul, como Equador, Venezuela, Peru e Colômbia, que já fazem parte do bloco econômico.

Em discurso na 11ª Feira Internacional de Tecnologia em Ação, a Agrishow 2004, em Ribeirão Preto, o presidente afirmou que até dezembro todos os países da América do Sul se intregarão ao Mercosul. "Estamos trabalhando junto com instituições financeiras, com o apoio do BNDES, para que a gente consiga fazer as ligações de estradas, telecomunicações e outros meios de transporte, para ligar, para integrar definitivamente a América do Sul", ressaltou.

O presidente anunciou que até o final do ano será fechado um acordo entre a União Européia e o Mercosul. A idéia é tentar consolidar esse bloco para facilitar a discussão do Brasil no Acordo de Livre Comércio das Américas (Alca). "Para que nós não fiquemos subordinados apenas à pressão dos interesses econômicos dos Estados Unidos, mas que a gente possa discutir uma Alca em função dos interesses da nossa agricultura e da nossa indústria", afirmou.

O Brasil também tem procurado novos parceiros no mundo, como países da África e do Oriente Médio e Índia. Lula afirmou que a visita aos sete países árabes foi positiva para o país. "Muita gente não entendia porque nós fomos ao mundo árabe. Pois bem, nós viajamos ao mundo árabe e, hoje, eu posso dizer para vocês que a relação comercial do Brasil com todos os países árabes cresceu, e a que cresceu menos, cresceu 50% do ano passado para este ano", disse, acrescentando que em dezembro será realizada uma reunião com representantes árabes para consolidar a parceria.

O presidente destacou que vai fazer uma das mais importantes viagens no dia 22 de maio para China, com uma delegação de empresários e ministros. "Nós vamos fazer bons e grandes acordos", afirmou.

Lula considera importante a política externa do governo, pois pela primeira vez China, Índia, Rússia e África do Sul estão vendo a relação deles com o Brasil como estratégica. "Não é apenas uma simples relação comercial, eles estão descobrindo que a nossa briga com o mundo desenvolvido, União Européia e Estados Unidos, é uma briga de gigantes e muitas vezes demora anos para a gente ganhar uma coisinha na Organização Mundial do Comércio", disse.

Para o presidente, juntos, esses países podem ter uma força extraordinária. "Eu disse, lá nos países árabes, que nós corremos o gostoso risco de mudarmos a geografia comercial do mundo, de não ficar apenas dependendo dos produtos subsidiados por europeus ou americanos", afirmou.