Brasília, 1/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - A reunião de vice-ministros de 12 países que negociam a formação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) terminou hoje, em Buenos Aires, sem conclusão a respeito das principais regras de impasse: subsídios agrícolas e oferta de serviços. Por conta disso, a próxima reunião dos 34 delegados dos países americanos, em Puebla, no México, foi suspensa pela segunda vez consecutiva. Não há previsão de nova data.
Ontem e hoje as delegações da Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Estados Unidos, Canadá, México, Costa Rica, Chile, Equador, Venezuela e Caricom (países caribenhos) se reuniram com o objetivo de avançar o processo de negociação. O Itamaraty informou que o Mercosul apresentou "flexibilidade para melhorar a oferta na área de serviços" e os "Estados Unidos, ao mesmo tempo, mostraram pela primeira vez a disposição de flexibilizar a eliminação de subsídios de exportações agrícolas".
O governo americano concordaria com a proposta do Mercosul desde que os produtos importados de fora da Alca não fossem subsidiados. O receio dos Estados Unidos é sofrer concorrência da União Européia, que continuaria com seus produtos favorecidos. A proposta americana não foi aceita pelo Mercosul, que, em contrapartida, sugeriu a punição dos países membros da Alca que importarem produtos subsidiados de outras áreas.
Ao final da reunião de hoje, em Buenos Aires, os presidentes da Alca divulgaram nota oficial para informar que as delegações participantes irão trocar idéias e consultar os países que não estiveram no encontro até que seja agendada uma nova rodada de negociação.
A reunião de Puebla foi adiada pela primeira vez em 10 de março, quando os 12 vice-chanceleres sul-americanos que representam o Mercosul, a Comunidade Andina e o Chile não chegaram a um consenso durante reunião realizada também em Buenos Aires. A reunião de Puebla, marcada inicialmente para 31 de março, foi adiada para 22 de abril, e agora suspensa.
O governo brasileiro afirma que os dois presidentes da Alca, Peter Algerier e Adhemar Bahadian, ainda sustentam a vontade de continuar trabalhando para concluir o acordo de formação do bloco em janeiro de 2005. Em entrevista à Agência Brasil, nesta segunda-feira, o co-presidente Ademar Bahadian disse que não acredita que os países vão "optar pelo fracasso".