Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - O jovem brasileiro quer emprego, educação, cultura, lazer e participação nos rumos da sociedade do país. A juventude também não quer "migalhas" e sim oportunidades que lhe permita o desenvolvimento de uma vida mais plena e satisfatória. Quem garante é a socióloga Helena Abramo, da coordenação do Projeto Juventude. A afirmação é baseada em experiência na Organização Não Governamental Instituto da Cidadania, que assumiu o tema juventude como objeto central de trabalho, em maio do ano passado. Desde então tem reunido em vários estados do país, representantes de diversos organismos sociais nas discussões para elaboração do Projeto Juventude, cuja meta é resolver a questão dos jovens e suas urgências no campo da política, da ação governamental e das mobilizações surgidas na própria sociedade.
Em Porto Alegre, numa parceria com a prefeitura municipal, o Seminário Projeto Juventude reúne desde ontem, mais de 200 lideranças juvenis do Rio Grande do Sul, para a troca de experiências e reflexões referentes à questão. Para o coordenador do Núcleo da Juventude da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana (SMDHSU), Jairo Teixeira, a construção de um plano nacional de política pública para a juventude tem que ser global, mas respeitar, ao mesmo tempo, as diferenças regionais. Daí a importância do evento, que permite conhecer as diversas experiências em desenvolvimento no país. Ele acredita que o estado possa contribuir na participação e envolvimento dos jovens nas questões de construção efetiva das políticas públicas de juventude no plano federal.
Jairo Teixeira destaca como exemplo, os projetos dos Telecentros da capital gaúcha que unem cultura, acesso e democratização da informação, com geração de renda para a juventude de comunidades carentes. Um outro destaque são os espaços de democratização como o Fórum Municipal da Juventude e o Universo das Tribos, que permitem que a juventude seja protagonista do processo de construção das políticas públicas do município, inseridos inclusive no Orçamento Participativo (OP). Segundo Teixeira, o processo de participação dos jovens é uma preocupação na gestão, elaboração e na execução dos projetos, pois são eles que sofrem a opressão específica e a exclusão.
Entre as temáticas voltada para a juventude, foram discutidos através de oficinas, o trabalho, educação, cultura, participação, violência, comunicação alternativa, gênero e sexualidade, e raça e etnia, entre outros. Os resultados dessas discussões serão reunidos às propostas do resto do país num documento que servirá como fonte de propostas para o Governo Federal, bem como para as autoridades estaduais e municipais dos diferentes partidos políticos e outros setores da sociedade. Já foram realizados encontros e seminários em Recife, Rio de Janeiro, Diadema, Chapecó, Teresina, Goiânia e Brasília. Estão previstos ainda eventos em Belo Horizonte, Belém, Salvador e Vitória, assim como um seminário internacional em São Paulo.