Pedro Malavolta
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Se as empresas brasileiras passarem a investir no exterior, isso pode fazer a nossa economia crescer e criar empregos aqui no Brasil. Esta foi a idéia geral do seminário
"Internacionalização de empresas brasileiras: uma estratégia para o desenvolvimento", realizado hoje em São Paulo.
"Para que mais empresas brasileiras possam internacionalizar é necessário que exista uma política de governo que incentive, e há um clima favorável dentro do governo para se pensar essa política", declarou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, um dos palestrantes do evento.
Para uma empresa se internacionalizar não basta apenas exportar, é necessário investir e ou produzir no exterior. Um exemplo de empresa internacionalizada brasileira, destacado durante o seminário, foi a Embraer, fabricante de aviões. Segundo o seu presidente, Mauricio Botelho, seria impossível - no caso da sua empresa - não se internacionalizar, porque "não é possível manter-se vendendo aviões só para um país".
Botelho ressaltou a inovação tecnológica como um dos diferenciais da Embraer, em grande parte, garantida pelas instituições de ensino que fornecem 200 engenheiros aeronáuticos muito capacitados todo ano.
Mas não é apenas com a inovação tecnológica que as empresas brasileiras já internacionalizadas se diferenciam. A Norberto Odebrecht - do segmento de construção e tecnologia empresarial - que também foi apresentada no evento, diferencia-se pela sua gestão eficiente.
O ministro Furlan ressaltou que o tamanho da empresa não determina sua capacidade de expandir seus negócios e investimentos no exterior. "Não é verdade que uma empresa internacionalizada tenha que ser necessariamente grande. O Brasil tem muitas empresas pequenas, como confecções de roupas de banho, que já investem lá fora e não podem ser consideradas grandes", disse.
O diretor geral de Comércio e Investimento do Ministério da Economia da Espanha, Enrique Alejo também esteve presente ao evento onde apresentou o programa espanhol de incentivo à internacionalização de seu país.
Para Furlan, a experiência espanhola - que "deve servir para o Brasil"- envolve o estabelecimento de regras objetivas, como garantia de lucratividade, adequação a normas de qualidade e meios de impedir a bitributação.