Brasília - Faixas de protesto vão desde os alertas contra a desfiguração do Projeto de Lei de Biossegurança que tramita no Congresso até manifestações contra a criação de camarões no litoral nordestino. Exposições reúnem de produtos artesanais de oito etnias indígenas do Brasil a trabalhos de reciclagem feitos por estudantes.
A adolescente Taísa Juliana Lampert veio do Rio Grande do Sul para Brasília participar da Conferência Infanto Juvenil. O evento é realizado simultaneamente à Conferência Nacional do Meio Ambiente. Com 12 anos, a garota explica que é a primeira vez que sai de Coqueiros do Sul, onde mora. "Estou encantada com Brasília e aproveitando bastante tudo o que está acontecendo". A adolescente lembra que a conferência também é um espaço de diversão, "mas sabemos a hora de trabalhar sério".
Os bastidores de uma conferência são uma história a parte durante o encontro, principalmente quando as diferenças existentes não ficam somente no campo das idéias, mas passam pela cultura de diferentes Estados, etnias e movimentos políticos e de expressão cultural. A Universidade de Brasília, cotidianamente um ambiente de trocas de experiências entre os estudantes de diferentes origens que estudam no local, torna-se, neste fim de semana o espaço propício para as manifestações das cerca de duas mil pessoas que participam da conferência.
Nem mesmo a chuva no segundo dia do evento e a falta de luz que, por algum tempo, tomou conta do campus neste sábado, diminuíram o ritmo dos trabalhos. Salas lotadas passam a impressão de uma "comunidade" de idéias bem ao gosto da ministra Marina Silva. No primeiro dia de conferência, ela teve de interromper seu discurso várias vezes devido ao cansaço causado por uma viagem ao Panamá e uma "certa emoção", como revelou. Marina foi recebida como ídolo pop durante a abertura do encontro.
Em meio aos cartazes de protesto e pedidos de proteção à mata atlântica, participantes mais ativistas compõem uma unidade com aqueles que buscam apenas "um primeiro encontro", "uma primeira tentativa" nacional em favor do meio ambiente. Assim, crianças indígenas, quilombolas, especiais, com síndrome de down, se reúnem com Taísa em um "meio ambiente de idéias". "Estamos aqui propondo ações, queremos do governo uma reação, para um mundo melhor", conclui Taísa