São Paulo, 29/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Nos primeiros onze meses de governo Lula, o ministério da Cultura fez uma opção consciente pelo discurso. A afirmação é do ministro Gilberto Gil, durante Conferência Nacional de Cultura do PT, aberta hoje em São Paulo. "É preciso colocar a cultura na cesta básica brasileira", justificou Gil. A política do discurso também foi eleita como alternativa à falta de recursos para a realização de um "projeto cultural de tijolo e cal", nas palavras do ministro.
Em 2004, mesmo com orçamento apertado, a idéia é avançar do discurso para a ação objetiva. Entre as prioridades do ministério estão o reaparelhamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e da Fundação Nacional de Arte (Funarte) – "sem dúvida alguma, as áreas mais críticas", segundo Gilberto Gil. Os projetos para o próximo ano incluem a construção de marcos regulatórios para áreas importantes, como propriedade intelectual e direitos autorais, e a criação das Casas de Apoio à Cultura.
Para colocar tantos planos em prática, Gil revelou que confia no prometido não contingenciamento do orçamento. O ministro também aposta em parcerias com instituições como o banco do Nordeste, o Banco do Brasil e o BNDES, e na prorrogação e ampliação do programa com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Outra fonte importante de recursos, na avaliação do ministro, seria a chamada loteria cultural.
"A realização do sonho coletivo de construir um país de todos passa necessariamente pela cultura", afirmou Gilberto Gil em seu discurso de abertura da Conferência Nacional de Cultura do PT. O ministro aproveitou a ocasião para convocar delegados petistas, sociedade e governo a abraçar a causa cultural.
"O presidente Lula conferiu ao ministério da Cultura a dupla missão de ampliar o acesso do povo brasileiro à produção e à fruição de bens culturais e valorizar a nossa diversidade cultural. Não realizaremos a demanda do presidente sem que todo o governo abrace a cultura", enfatizou Gil. E finalizou: "O ministro da Cultura convoca a sociedade brasileira para uma reflexão sobre o papel estratégico da cultura na transformação política, econômica e social do Brasil". ( Mylena Fiori)