Dirceu diz que brasileiros estão obstinados em diminuir as desigualdades

17/11/2003 - 20h02

Brasília, 17/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Casa Civil, José Dirceu, disse no encerramento da Conferência Internacional de Política para Discutir a Implementação das Metas do Milênio, que o Brasil está fazendo "é procurar correr contra o tempo". Para explicar a declaração, José Dirceu deu como exemplo a própria experiência do governo Lula, que já demonstra que o tempo político social não espera o tempo econômico. "Aqueles que têm seus direitos ultrajados, desrespeitados, aqueles que não têm o direito do acesso à riqueza, que não participam do desenvolvimento, da criação das riquezas, não esperam ", disse o ministro.

O ministro da Casa Civil fez questão de reafirmar a obstinação de todos no Brasil em trabalhar para diminuir as desigualdades sociais, culturais e políticas. "Essa questão é mais grave no Brasil do que em qualquer outro país da América Latina, porque o Brasil é rico, é um país industrializado, com capacidade tecnológica, em terras férteis como em nenhum outro país, com riquezas naturais como em nenhum outro país e também com a biodiversidade. O Brasil é uma experiência viva, de que não basta crescer, porque esse país cresceu 7% ao ano durante 30 anos", afirmou Dirceu.

Grandes progressos sociais e políticos foram conquistados, disse o ministro José Dirceu. Ele deu como exemplo a consolidação, a cada ano, das instituições democráticas, mesmo diante do longo caminho que ainda existe. Ele lembrou que o governo está colocando na ordem do dia a reforma do Judiciário e a reforma das instituições políticas do país. "Crescer com distribuição de renda. Esse é o grande desafio, ter um projeto de desenvolvimento nacional, um projeto de desenvolvimento econômico, político, sócio-cultural e de inclusão social. Acredito que a força da liderança o presidente Lula no Brasil e no mundo, vem principalmente desta ação militante de toda a sua vida. A luta pela inclusão social, a luta contra a pobreza e a miséria, e o compromisso democrático", destacou José Dirceu.

No discurso, que durou cerca de 20 minutos, o ministro da Casa Civil disse aos 26 representantes de países da América Latina e do Caribe, que acredita que "as classes dominantes, formadas por empresários, pelos setores das elites, principalmente pelos setores que conviveram nos últimos 20 anos com diferentes formas de governo, que muitos dos nossos países já chegaram a conclusão que não haverá democracia e nem haverá paz, nem crescimento econômico, sem o questionamento da pobreza e da miséria, sem inclusão social".