Brasília, 13/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Um estudo divulgado hoje pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda revela que apesar da elevada carga tributária do país - cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) -, o Brasil ainda está entre as nações mais desiguais do planeta. Segundo o relatório, somente no ano passado os gastos sociais totais do governo somaram R$ 204,2 bilhões - 15,5% do PIB. "Grande parte da população ainda não tem acesso a recursos suficientes para satisfazer necessidades básicas e onde a distribuição de renda é uma das mais desiguais do mundo", afirma o estudo.
A análise mostrou ainda que mesmo o Brasil atingindo cargas tributárias semelhantes a dos países ricos, a renda per capta do país é bem mais baixa que a das nações industrializadas.
"Contrariamente ao que ocorre nesses países, o Brasil não tem conseguido usar os sistemas tributários e de gasto social de forma a afetar substancialmente a extrema desigualdade de renda observada no país", diz o estudo.
O documento detalhou também as discrepâncias entre Brasil e países europeus quanto aos gastos com aposentadorias. "No Brasil a maior parte desse gasto (40%) é direcionado para o grupo etário de 45 a 60 anos, enquanto na Espanha a maior parcela vai para indivíduos acima dos 70 anos".