Brasília - Depois de um dia de reivindicações em Brasília para pressionar deputados e senadores por mudanças que beneficiem os municípios na reforma tributária, os prefeitos bateram à porta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, para que ele interceda nas negociações. Lula, porém, deixou claro que não poderá fazer nada, por enquanto, mas disse que está aberto para discutir mudanças no texto da reforma tributária até que ele seja votado no Senado Federal. O presidente orientou os ministros da fazenda, Antônio Palocci, e da Casa Civil, José Dirceu, para que continuem a procurar uma negociação para as reivindicações dos prefeitos.
"Foi um encontro fraterno, democrático. Ele disse que o governo vai quebrar a cabeça a partir de hoje, mas não está quebrada a negociação", disse o presidente da Confederação Nacional de Municípios, Paulo Ziulkoski. A principal reivindicação dos prefeitos é o aumento de 22,5% para 27,5% do repasse do Fundo de Participação dos Municípios, que vai gerar R$ 5 bilhões às prefeituras. Os prefeitos já conseguiram R$ 3,7 bilhões com as mudanças na proposta original, com o aumento do repasse de recursos de contribuições como a Cide (Contribuição sobre os Combustíveis) e do ISS (Imposto sobre Serviços). "Reconhecemos que houve avanços da semana passada para cá na reforma tributária. Mas essas mudanças beneficiam apenas os grandes municípios. Temos que olhar também para os menores", disse o prefeito de Aracaju, Marcelo Deda.
Gabriela Guerreiro e Nelson Motta