Ana Maria Machado toma posse na Academia Brasileira de Letras

29/08/2003 - 21h23

Rio, 29/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Academia Brasileira de Letras (ABL) deu posse hoje à escritora Ana Maria Machado na vaga do jurista Evandro Lins e Silva, morto em 17 de dezembro do ano passado. Ana Maria derrotou a arqueóloga Maria Beltrão e o filósofo Fábio Konder Comparato, por 19 votos.

Esta é a primeira vez que a cadeira número 1, que tem como patrono Adelino Fontoura, e cujo fundador foi Luís Murat, será ocupada por um autor voltado para o público infantil. Por esse motivo, a eleição de Ana Maria Machado é considerada uma vitória da literatura infantil e, de certa maneira, uma correção à injustiça com o escritor Monteiro Lobato, que não conseguiu a vaga quando se candidatou.

Ana Maria Machado é a quinta mulher a se tornar imortal. Antes dela foram eleitas Nélida Piñon, Rachel de Queiroz, Zélia Gattai e Dinah Silveira de Queiroz , já falecida.

A escritora, eleita em 24 de abril deste ano, ganhou em 2001 o mais importante prêmio literário nacional - o Machado de Assis, outorgado pela ABL, pelo conjunto de sua obra como romancista, ensaísta e autora de livros infanto-juvenis. Um ano antes, ela recebeu do International Board on Books for the Youth (IBBY) a Medalha Hans Christian Andersen. O prêmio é considerado o Nobel da Literatura Infantil, por ser o mais alto prêmio internacional do gênero, conferido a cada dois anos a um escritor, pelo conjunto da obra.

Ana Maria Mavhado já publicou 115 livros, tanto para adultos como para crianças. Seus livros venderam mais de 14 milhões de exemplares e têm sido objeto de numerosas teses universitárias -inclusive fora do país. Sua obra para crianças e jovens está traduzida e publicada em 17 países e recebeu todos os principais prêmios no Brasil e alguns no exterior. Entre eles, o Premio Casa de las Americas, em Cuba e duas menções de Honra no Premio America, nos Estados Unidos . Sua obra para adultos, também premiada, é considerada pela crítica como uma das melhores da Literatura Brasileira contemporânea.

A autora fundou em 1979 no Rio a primeira livraria exclusivamente infanto-juvenil do país, a Malasartes, que administrou por 18 anos. Foi também editora, como sócia, da Quinteto Editorial por 4 anos, e tem trabalhado regularmente como consultora de diversas organizações.