Brasília, 22/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - O governo ainda não tem condições de avaliar o prejuízo com a explosão do foguete VLS-1, segundo o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Luiz Bevilacqua. O protótipo, o terceiro produzido com tecnologia nacional, envolveu investimentos da ordem de US$ 6,5 milhões. Bevilacqua lembrou, no entanto, que não se sabe o prejuízo com o que foi destruído no local do acidente e ainda com a destruição da torre de lançamento e dos dois satélites de pesquisa científica já instalados no foguete.
A torre foi construída em 96, para o lançamento do primeiro protótipo, que explodiu ainda em terra em 97. Dela, saiu o segundo protótipo, em 99, que caiu poucos segundos depois devido à falha apresentada num dos motores de propulsão do foguete. "Como foi construída há muitos anos, não temos custos atualizados", disse.
A operação São Luís, nome da campanha de lançamento do terceiro protótipo do VLS-1, começou no dia 1º de julho. O foguete seria lançado na próxima segunda-feira. A última simulação do aparelho ocorreu ainda ontem à noite e tudo transcorreu normalmente, segundo Bevilacqua. "Estive em Alcântara no fim de semana passado e o moral da equipe que trabalhava nesta operação estava altíssimo. Tudo estava transcorrendo muito bem, inclusive o teste do domingo foi perfeito", relatou o presidente da AEB. A operação envolvia 80 funcionários do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), 110 do Centro de Tecnologia Aeroespacial (CTA), nove do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 31 do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) e cinco da Universidade Norte do Paraná (Unopar).
Ainda sem notícias precisas sobre o alcance da explosão, Bevilacqua disse que, por meio de contatos telefônicos com a equipe que está em Alcântara, o Centro de Controle foi preservado. Responsável pela ação de comando do lançamento e de controle da operação em si, o centro é como uma casamata, construída com proteção máxima para preservar as únicas pessoas que ficam mais próximas da torre. A distância era de aproximadamente um quilômetro. No momento da explosão, técnicos do CTA trabalhavam diretamente no equipamento realizando ajustes operacionais. O VLS-1 levaria ao espaço dois satélites de pesquisa científica, o Satélite Tecnológico (Satec), desenvolvido pelo Inpe e o Unosat desenvolvido pela Unopar.