São Paulo, 17/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Uruguai, Jorge Battle, defendeu o cumprimento da decisão da reunião de Doha que prevê a diminuição de subsídios agrícolas praticados pelos países da União Européia e pelos Estados Unidos. Ele afirmou que os subsídios provocam uma distorção dos preços reais dos produtos. "Você pode lutar contra o produtor, o agricultor europeu, mas lutar contra o tesouro europeu é impossível", disse. Ele acrescentou que só é possível fazer acordos maiores quando as condições de acesso a agricultura forem alterados.
Battle prevê ainda uma guerra comercial com fim da vigência da "Cláusula da Paz" em 31 de dezembro de 2003. "Guerra comercial não é bom para ninguém". A "Cláusula da Paz" estabeleceu, em 1994, que os países signatários do acordo agrícola da Rodada do Uruguai do Gatt (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio) se limitariam a conceder um volume específico de subsídios que não distorcessem o comércio agrícola internacional. A cláusula também impediu os países que assinaram o documento de contestar na OMC eventuais políticas que desequilibrassem as relações no comércio agropecuário mundial.
O presidente uruguaio visitou, neste domingo, em São Paulo, a Housewares & Gift Fair South América, maior feira de artigos para casa, utilidades domésticas e presentes finos da América do Sul. Esta edição conta com grande participação de expositores do Uruguai.
Na ocasião, Battle, disse também não ter ainda informações precisas sobre o caso dos 17 pescadores brasileiros que estão detidos no Uruguai desde quinta-feira porque invadiram a área marítima uruguaia. O presidente acredita que eles estão presos porque estavam fazendo trabalho ilegal em águas uruguaias. "Vou voltar, me informar e vamos decidir de acordo com as leis do Uruguai", disse