Brasília, 29/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Terminou há pouco o depoimento de mais de 11 horas do delegado da Polícia Federal, José Castilho Neto, aos parlamentares da CPI Mista do caso Banestado, que investiga o envio ilegal de dinheiro para o exterior através das contas CC5.
Durante quatro horas, deputados e senadores se reuniram em caráter reservado com o delegado. Segundo o relator da CPI, deputado José Mentor, as informações colhidas na sessão reservada não comprovam a participação de nomes que já vêm sendo citados pela imprensa. "As informações na sessão reservada apresentam indícios, alguns mais consistentes, outros menos, mas nada além disso", disse.
O relator acredita que as comprovações podem surgir com o próximo passo, quando a CPI terá acesso as informações vindas dos Estados Unidos. José Mentor acrescentou que alguns focos já estão estabelecidos: a investigação da suposta participação de funcionários públicos e instituições financeiras no esquema de facilitação da remessa ilegal de recursos, a busca de informações da quebra de sigilo nos Estados Unidos e de quem depositou o montante.
"A busca para frente e para trás no caso se somam, pois tem o mesmo objetivo que é buscar quem se beneficiou", ressaltou. O relator afirmou que está apresentando um requerimento para que o Banco Central informe todas as retiradas, em espécie, em todos os bancos de Foz do Iguaçu (PR), superiores a 50 mil reais. Amanhã, a CPI vai ouvir o Procurador Luiz Francisco.