Juros podem cair se inflação prosseguir em queda, diz Palocci

15/07/2003 - 12h37

Madri, 15/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, declarou que caso se confirmem as perspectivas de queda efetiva da inflação, os juros poderão cair progressivamente. Porém, ressaltou que faz previsão de queda. Trabalha, no entanto, com a meta de inflação. Para os próximos 12 meses, a expectativa inicial de inflação do governo é de 6,75%, podendo chegar a 7% com ajuste. Em 2004, a inflação pode chegar a 5,5%, de acordo com o ministro.

Segundo Palocci só é possivel trabalhar com um parâmetro. Ou a meta de inflação ou a de juros. "Se tudo der certo nas questões macroeconômicas, não tem porque esperar juros maiores. A queda é uma tendência natural. "Este mês tivemos deflação de atacado e varejo, que é uma cirscunstância dentro de um trabalho de combate à inflação e que está sendo vitorioso, mas é evidente que não vamos ter um período de deflação", declarou o ministro.

Palocci defende uma perspectiva otimista para a política monetária. O governo não tem meta de câmbio e, segundo ele, as exportações brasileiras continuam dando certo. Em junho, o saldo comercial brasileiro bateu recorde de US$ 10 bihões.

"A perspectiva é de valorização da queda na medida em que há valorização do câmbio, mas na economia sempre que se ajusta um problema, se cria um novo parâmetro para outro setor. É preciso acompanhar esse parâmetro, é preciso que o exportador brasileiro trabalhe na expectativa de que é necessário manter a Balança Comercial positiva, que é de interesse do país. É preciso qualificar parte da exportação e ganhar novos mercados", afirmou o ministro.

Para o governo, se as exportações dependerem apenas do câmbio, o governo é forçado a adotar a elevação cambial, o que gera inflação. "A queda do câmbio foi um processo necessário para o ajustamento da economia brasileira. No plano do comércio exterior, a tendência é melhorar. Nossa meta de crescimento industrial na Lei das Diretrizes Orçamentárias(LDO) é de 3,5%, para 2004", disse Palocci.

Na próxima reunião da LDO, dia 17, em Brasília, o governo deverá apresentar programas de investimentos. Será criado um projeto ordenado de ações tributárias e de crédito para o crescimento da economia. O ministro da Fazenda afirmou que não haverá proteção de apenas alguns setores, mas que a economia será protegida como um todo. Segundo Palocci, o que garante de maneira definitiva a desoneração das exportações, é uma medida efetiva de melhoria no desenvolvimento industrial e do quadro de exportações.

"Essas medidas ajudam a economia. Podemos, eventualmente, tomar medidas parciais, setoriais se for necesário, mas nossa perspectiva não é de um pacote de uma série de medidas setoriais, mas sim de medidas que, no geral, incentivam o processo econômico", ressaltou.

O ministro acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Conferência Espanhola das Organizações Empresariais.