Rio, 15/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O assessor especial da Presidência da República Frei Betto disse hoje que o Fome Zero terá um orçamento maior em 2004. Ele informou que, neste ano, o programa vai gastar R$ 1,8 bilhão. Os recursos serão aplicados nos cartões alimentação, distribuídos para famílias com renda de até R$ 90 por mês. Até agora, o programa chegou a 400 municípios e, segundo o assessor, a previsão é beneficiar 1.000 até outubro. No início do programa, a expectativa era atingir esse número apenas em dezembro.

Frei Betto destacou entre os resultados positivos o de Guaribas, no Piauí, que, no início do programa, tinha 400 crianças com disenteria e hoje tem apenas para 20. O índice de mortalidade infantil era de 59,9 em cada mil nascidos vivos, mas, desde abril, não há registro de morte de crianças. "O único problema que temos no avanço do programa é com o cadastro deixado pelo governo anterior, não por culpa do governo, mas da indevida capacitação dos cadastradores. Eram jovens talvez sem preparo, alguns até induzidos pelas autoridades locais. Nem sempre cadastraram os mais pobres do município", explicou. Segundo Frei Betto, o novo cadastramento que vem sendo feito mostra que muita gente onde o programa está sendo implantado não tem documentação.

Ele disse que, depois de acordo com o Ministério da Fazenda, empresas que fazem doações para o programa recebem isenção equivalente dos Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e sobre Produtos Industrializados (IPI). Frei Betto participou do seminário "Empresas, Responsabilidade Social e Combate à Fome", na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro.