MEC vai ampliar o programa Diversidade na Universidade

13/07/2003 - 8h14

Brasília, 13/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro Cristovam Buarque anunciará no próximo dia 16, às 10h, no auditório do MEC, a ampliação do programa Diversidade na Universidade para a Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Também serão selecionados projetos no Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará e Rio Grande do Sul.

O programa apóia e financia instituições públicas, privadas e da sociedade civil (Ongs) que desenvolvem cursos para jovens afrodescendentes e/ou indígenas concluintes do ensino médio ou já formados que pretendem ingressar no ensino superior. As primeiras experiências do programa em São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro tiveram a participação de 900 alunos no ano passado. Desses alunos, 200 foram aprovados no vestibular.

Além das aulas, com carga horária entre 400 e 900 horas em 4 e 9 meses, respectivamente, os alunos contam com uma bolsa de manutenção nos valores entre R$ 40,00 e R$ 60,00 (40% a 50% do valor do financiamento repassado às instituições selecionadas). Os recursos também são utilizados com gastos em equipamentos e material didático (20%); acesso a bens culturais (10% a 20%); capacitação de docentes (até 5%); e serviços de profissionais de educação (até 20%).

Mais do que ampliar a inclusão social, combater a discriminação racial e étnica, o programa tem o objetivo de melhorar o ensino médio, buscando subsídios para a elaboração de novas políticas públicas educacionais.

Os indicadores sociais e econômicos, no Brasil, sempre ressaltam as diferenças entre negros, brancos e índios. Na educação não é diferente. Enquanto a maioria dos brancos estuda em média sete anos, negros e índios têm em média quatro anos de estudos. Dos adolescentes brancos entre 18 e 23 anos, 37% concluem o ensino fundamental; entre os negros, na mesma faixa de idade, o percentual cai para 16%. Com os indígenas a situação também é semelhante.
Em relação ao acesso ao ensino superior, as estatísticas mostram mais injustiças. Apenas 2% dos negros, entre 18 e 25 anos, no Brasil, chegam à universidade.

Para amenizar tantas desigualdades, o programa Diversidade na Universidade constitui-se em um ponto de partida. Segundo a diretora do Ensino Médio do MEC, Marise Ramos, "com recursos da União e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a seleção de projetos inovadores de cursos este ano quer beneficiar entre 5 e 6 mil alunos, em instituições que tenham pelo menos 51% de afrodescendentes ou indígenas entre os alunos matriculados", afirma.