Automobilismo é o esporte que mais gera emprego e renda no Brasil

13/07/2003 - 14h19

Brasília, 13/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O automobilismo é, atualmente, o esporte que mais gera emprego e renda no Brasil. São milhares de pessoas que vivem em função das corridas, conta o presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Paulo Scaglione. "Isto sem contar as ocupações de operários em fábricas, que vão desde a manufatura de bonés e camisetas até as mais sofisticadas, como a fabricação de equipamentos, motores, chassi e pneus", diz.

Em São Paulo, por exemplo, as categorias regionais de automobilismo empregam 480 pessoas por mês. Os karts, disputados na maioria por crianças e adolescentes, são mais 424. "Isto dá um total mensal de 904 pessoas que vivem apenas da área desportiva", lembra o dirigente.

Mas uma corrida não envolve apenas pilotos e mecânicos. Existe toda uma estrutura, que começa desde o fiscal de pista até seguranças, médicos e outros auxiliares socorristas. "Aí são, no mínimo, mais 274 trabalhadores, para que tudo transcorra normalmente. Chegamos a um total de 1.178 funcionários por prova", contabiliza Paulo Scaglione.

Existem, no país, 16 estados filiados à CBA, dos quais São Paulo é a unidade mais forte. No período de um ano são realizadas, somente no estado, 26 corridas de automóvel e 22 de kart. Uma temporada do esporte dura, em média, dez meses. Mesmo assim, somando-se o total de corridas nos outros estados, os números superam, em muito, os de São Paulo. "Tranqüilamente, podemos multiplicar os números paulistas por 10", admite o presidente da CBA.

Por ser o maior centro do esporte, São Paulo é citado como referência por Paulo Scaglione.
Ele cita, como exemplo, uma pessoa que trabalhe na bilheteria do Autódromo de Interlagos. Em um único dia ela recebe R$ 90,00. "Isto equivale a 11,24 dias de um assalariado com o mínimo. Só não recebe dinheiro do automobilismo quem ocupa funções no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), os integrantes da Comissão Disciplinar e os Comissários Desportivos. Não há remuneração para que possam atuar com plena isenção".

Há ainda outros tipos de ocupação nos kartódromos e autódromos não ligados diretamente às competições. "São restaurantes, lojinhas, vendedores ambulantes, guardadores de carros, motoristas que transportam pilotos e equipes e outras atividades indiretas. Pode-se dizer que uma temporada, como a de São Paulo, ocupa um total de dez mil pessoas".

Mas Paulo Scaglione lembra que não só nas pistas, nos dias de corridas, há geração de empregos diretos ou indiretos. "Cada corrida requer peças automobilísticas, que incluem desde pneus a equipamentos mais sofisticados. E o Brasil é referência mundial neste quesito. Muitos europeus vêm aqui observar nossos conhecimentos e avanços teclógicos, como o desenvolvimento de chassi e até de pneus. São produtos nacionais, em 90% dos casos".

Há mais ocupações paralelas a uma corrida de carros ou de kart. A cada prova, os marketeiros das equipes distribuem bonés, camisetas, chaveiros, canetas e lembranças para divulgar seus pilotos e agradar ao público. "Isto é confeccionado por alguém, por alguma empresa. São Mais empregos em torno da velocidade", orgulha-se o dirigente.

Ele reconhece a impossibilidade de mensurar em quanto o automobilismo movimenta a economia nacional. "Mas podemos imaginar cifras de bilhões de reais, pois além de tudo o que falamos, em qualquer cidade onde há uma corrida, é ativada a rede hoteleira e de restaurantes. São atividades que, por um fim de semana, são beneficiadas indiretamente pelo automobilismo".

Toda essa rentabilidade do esporte já está, de acordo com Paulo Scaglione, despertando o interesse do governo federal. "O ministro Agnelo Queróz, por exemplo, desenvolve um estudo para reativar vários autódromos pelo País, em parceria com a iniciativa privada, justamente pensando nesta geração de emprego e renda. Nos próximos três anos, nossas perspectivas são muito boas", informa o dirigente.

IDM