São Paulo, 9/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O governo não vai aceitar modificações no texto da proposta de reforma da Previdência que venham a trazer algum impacto de desequilíbrio orçamentário ou que possam atrapalhar o objetivo de se buscar justiça social. Esta foi a mensagem transmitida pelo ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, no encontro que teve hoje pela manhã, em Brasília, com os líderes da base aliada, e anunciada, no início da noite de hoje, logo após participar do IV Congresso da Confederação Nacional dos Bancários, no centro desta capital.
No encontro com os parlamentares, estava em pauta entre outros temas a reivindicação dos servidores públicos de manutenção da aposentadoria integral. Berzoini disse que informou a eles não ter nenhuma proposta fechada por parte do governo e que todo o processo de encaminhamento de mudanças depende do que for feito por estas lideranças.
Também enfatizou que embora mantenha "inegociável" a essência da proposta, existe a possibilidade de variações na maneira de se atingir o esboço final da reforma. Segundo justificou o ministro, não se trata de arrogância e nem de uma postura pretensiosa. "O governo não quer ser o dono da verdade, pois está aberto ao diálogo", sublinhou, mas deixando claro que o objetivo básico da proposta do governo "é inegociável".
Considerou ainda como natural o fato de algumas pessoas classificarem essa abertura como um recuo de princípios. "Estamos ouvindo e analisando, mas não estamos abandonando o objetivo perseguido desde janeiro". Ele esclareceu que com a proposta de emenda constitucional está se buscando condições para que, progressivamente, as regras entre o regime do serviço público e o sistema da iniciativa privada possam convergir. "O fundamental da justiça social é de regras iguais".