Presidente do PT critica excesso de liminares de reintegração de posse de terras

09/07/2003 - 15h01

Brasília, 9/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, José Genoíno, criticou hoje o volume de liminares de reintegração de posse concedidas pela Justiça a proprietários de terras. Ele afirmou que os juízes não podem usar "o pretexto do descontentamento com a reforma da Previdência para soltar liminares a torto e a direito, e prejudicar uma causa tão nobre como a reforma agrária". Segundo Genoíno, o objetivo tanto do partido quanto do Governo Federal é viabilizar um projeto de reforma agrária sem o uso de violência no campo, com respeito às leis. "Todos nós sabemos que num Estado democrático, o monopólio da força (policial) é do Estado, não é de movimentos sociais e nem é de proprietários", destacou Genoíno.

O presidente do PT informou que na próxima segunda-feira vai ao do Pontal do Paranapanema, em São Paulo, para conduzir pessoalmente as negociações com integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra. A região é considerada um dos locais onde a tensão no campo é maior. "Queremos um caminho de negociação para realizar a reforma agrária. Do jeito que as coisas foram postas, não é bom nem para o país, nem para a luta pela reforma. Isso envolve uma compreensão (das autoridades) do movimento e também uma confiança do movimento no nosso governo", frisou o presidente do PT.

Genoíno afirmou que o partido tem plena confiança no trabalho desenvolvido pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto. "O nosso governo avançou muito na agricultura familiar, na questão da safra, e nós estamos dando toda a cobertura necessária para viabilizar a pequena e a média agricultura e as cooperativas, que têm um papel muito grande para alavancar a agricultura brasileira", destacou.

O presidente do PT classificou como "sem cabimento" o fato de as lideranças ruralistas terem pedido a substituição de Rosseto e afirmou que não é dessa maneira que a União Democrática Ruralista (UDR) deve negociar com o governo.