Núcleo Agrário do PT manifesta apoio ao ministro do Desenvolvimento Agrário

09/07/2003 - 15h35

Brasília, 9/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, recebeu hoje manifestações de apoio do Núcleo Agrário do PT, durante café da manhã, que reuniu 18 deputados e o presidente nacional do partido, José Genoíno. Um dos coordenadores do núcleo, deputado Adão Pretto (SP), informou que não foram feitas cobranças em relação à reforma agrária, apesar de o assunto estar na ordem do dia. "Viemos prestar a nossa solidariedade ao ministro. Nós estamos afinados na nossa proposta de que a reforma agrária tem que acontecer", ressaltou.

"Não é a UDR (União Democrática Ruralista), não é ruralista que vai tirar ministro no governo Lula", afirmou o deputado Dr. Rosinha (PR), ao contestar o fato de as lideranças ruralistas terem pedido a substituição de Rosseto.

O ministro Miguel Rosseto disse que as manifestações de apoio são uma resposta às ações que vem sendo conduzidas pelo ministério. "O MDA tem uma enorme responsabilidade com o projeto do partido, do governo, na medida em que tanto o fortalecimento da agricultura familiar, a superação da pobreza no campo, a reforma agrária, constituem instrumentos organizadores de um projeto de desenvolvimento para o país, capaz de gerar emprego, de incluir socialmente, e de melhorar a produção de alimentos".

O deputado Adão Pretto explicou que a intenção do Núcleo Agrário do PT é a de discutir as estratégias para a realização da reforma agrária com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, a fim de levar o debate para o centro do governo. Para o deputado, não basta apenas dar as terras às famílias, mas também é preciso investir em infra-estrutura para os assentamentos. "Mais de 90% dos assentamentos feitos no governo Fernando Henrique Cardoso não têm luz, nem água e 80% não têm estrada. Assentamento assim não vale a pena fazer e é por isso que nós temos que discutir quais as estratégias para, em primeiro lugar, arrumarmos recursos", afirmou.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, reiterou que a reforma é prioridade para o governo e que, até o final do ano, 60 mil famílias serão assentadas. Segundo ele, será realizado um trabalho no sentido de democratizar o acesso à terra e agilizar a expansão dos assentamentos, a partir de um novo modelo de reforma agrária. "Temos um objetivo estratégico de assentarmos as famílias acampadas", enfatizou.

Rosseto anunciou que o Ministério buscará, no segundo semestre, obter financiamento para reverter o problema de restrição orçamentária. Atualmente, a pasta dispõe de R$ 162 milhões para a aquisição de terras e benfeitorias, lembrando que num programa de reforma agrária as terras são compradas a preço de mercado, com exceção das devolutas, das pertencentes à União e das que são objeto de confisco. Para o ano que vêm, o ministro espera que os recursos para todos os programas de assistência técnica rural, de assentamentos e de qualificação da agricultura familiar sejam expandidos.