MST diz que se Constituição for cumprida reforma agrária será pacífica

09/07/2003 - 19h51

Brasília, 9/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) garantiram hoje, em encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Maurício Corrêa, que se a Constituição Federal for cumprida o país terá uma reforma agrária pacífica, sem violência e sem invasões. "Cumpra-se a Constituição brasileira, que é a maior lei desse país, que não vai ter mais ocupações de terra", afirmou o dirigente Nacional do MST, Gilmar Mauro. Ele ressaltou que, "enquanto não se fizer com que a Constituição seja efetivamente cumprida, o movimento social terá por direito organizar os trabalhadores e fazer pressão".

Os dirigentes do MST pediram ao presidente do Supremo rapidez nos processos de desapropriação de terra, "que em média levam um ano para serem julgados, quando não são emperradas pelos advogados dos fazendeiros". Eles manifestaram preocupação do movimento com a violência das milícias organizadas pelos proprietários. "No nosso entendimento, o que realmente provocou violência nesse país ao longo dos anos, em que mais de 1.500 trabalhadores rurais foram mortos, e a destruição de 2.500 de postos de trabalho na agricultura, foi o latifúndio", disse Gilmar.

O ministro Maurício Corrêa se comprometeu a apoiar a reforma agrária dentro da lei e da Constituição, mas enfatizou que continuará mantendo o entendimento de que qualquer invasão, seja em terra improdutiva ou produtiva "constitui ilícito civil e criminal".

Além dos dirigentes do MST, participaram da reunião a senadora Heloísa Helena (PT-AL), e os deputados Luciana Genro (PT-RS) e Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP).