Brasil e Colômbia aumentam intercâmbio agropecuário

09/07/2003 - 8h42

Brasília, 9/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Colômbia e Brasil podem e devem aumentar o intercâmbio de tecnologias agropecuárias, pois existem semelhanças entre algumas regiões dos dois países, há escassez de recursos para a pesquisa e existem problemas comuns na pecuária. O assunto foi discutido pelos pesquisadores colombianos Jaime Triana e Jorge Medrano, em visita à Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento..

Eles querem adotar tecnologias, manejos e processos agropecuários vistos naquele centro de pesquisa, para melhorar a produção e produtividade da pecuária de corte e leiteira da Colômbia e reduzir a degradação de pastagens. Triana, da Corpoica - Corporación
Colombiana de Investigaciones Agricolas - ex-presidente da instituição - disse que o intercâmbio deve ser feito como negócio e sem paternalismos, dentro das relações bilaterais. O pesquisador observou ainda que a escassez de recursos financeiros nos dois países é mais um bom motivo para a união de esforços na busca da produtividade e competitividade agrícolas. Ele se declarou favorável à maior aproximação entre as duas nações e também entre o Mercosul e o Pacto Andino (que reúne Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia).

O diretor da Corpoica, Jorge Medrano, por sua vez, explicou que a Colômbia, mesmo com baixos índices de produtividade na pecuária, exporta, esporadicamente, pequenos volumes de carne bovina para a Venezuela, Peru, Paraguai e países do Caribe, mas também importa carne dos Estados Unidos. A Colômbia ainda tem incidência de aftosa, mas, segundo o técnico, deverá em breve ser declarada zona livre da doença, o que é oficializado pela OIE-Organisation Internationale des Épizoties, órgão internacional com sede em Paris. A Colômbia quer explorar melhor seus "llanos" - corrrespondente ao cerrado brasileiro - para dispor de maior oferta para o consumo interno e reduzir importações. Quanto ao leite, o técnico informou que há importação de leite em pó da Australia, Nova Zelândia e União Européia, mas já existe pequeno volume exportado para a Venezuela.

Outra proposta dos pesquisadores venezuelanos é a tradução, para o castelhano, das milhares de publicações da Embrapa, e sua distribuição na zona tropical da América Latina. No sentido contrário, o Brasil pode se beneficiar das tecnologias e processos avançados que a Colômbia
dispõe, principalmente em dendê, café, flores, controle biológico e agricultura familiar. Segundo Jaime Triana, a pesquisa entre agricultura familiar e empresarial é semelhante, mas as diferenças e maiores dificuldades estão na transferência de tecnologias e extensão rural.

Amanhã (10), os pesquisadores colombianos visitarão a Embrapa Instrumentação Agropecuária.