Base aliada deve apoiar aposentadoria integral para servidor na reforma da Previdência

09/07/2003 - 16h27

Brasília, 9/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os líderes dos partidos da base aliada estão dispostos a apoiar a proposta de integralidade para os servidores públicos na reforma da Previdência.
A proposta em discussão prevê integralidade para os atuais servidores com 20 anos de carreira, idade para aposentadoria de 60 anos para homens e 55 para mulheres. Para os futuros servidores, a exigência para receber aposentadoria integral seria 25 anos de carreira e idade de 65 anos para homens e 60 para mulheres. O tempo de contribuição, nos dois casos, seria de 35 anos.

O presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, afirmou que a proposta ainda não foi acatada pelo governo. O ministro da Previdência aguarda os cálculos dos impactos nas contas da Previdência. "O governo ainda resiste um pouco, e o ministro pediu tempo para fazer os cálculos, mas a disposição dos líderes de todos os partidos caminha no sentido de costurar essa proposta alternativa, e se for junto com o governo, tanto melhor", concluiu o presidente da Câmara

Os líderes consolidaram o apoio à proposta numa reunião, hoje de manhã, que durou mais de seis horas. Também compareceram à casa do deputado João Paulo Cunha, os ministros José Dirceu, da Casa Civil, Ricardo Berzoini, da Previdência Social, e o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Maurício Correa.

O líder do governo na Câmara, deputado Aldo Rebelo, disse que a base governista vai apoiar as modificações desde que a espinha dorsal da reforma não seja atingida.

O presidente do Supremo Tribunal Federal saiu satisfeito do encontro. Ele disse que apresentou a proposta do Judiciário para a reforma da Previdência e acrescentou que se a idéia for levada a todos os servidores, será melhor ainda.

Ao participar do início da reunião, o ministro José Dirceu explicou que a reforma da Previdência é uma questão de justiça. "Não se pode gastar com dois milhões e meio de aposentados da União e dos estados o que chega a ser cinco vezes mais do que se gasta com 25 milhões de pobres no país", enfatizou Dirceu.