Presidente admite que reformas são difíceis de serem implementadas

25/06/2003 - 22h12

Brasília, 25/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu hoje que as propostas de reformas encaminhadas pelo governo ao Congresso Nacional são "complicadas" de serem implementadas no país. Durante o discurso na abertura do I Seminário de Infra-estrutura para o Desenvolvimento Sustentável, o presidente disse que o governo precisou de coragem para enviar as reformas ao Congresso. "Reforma é sempre muito complicado. Nós, seres humanos, somos induzidos a sermos conservadores, não queremos mudar. A gente se acostuma com as coisas, mesmo que não sejam as melhores do mundo. Digo isso para ninguém ficar revoltado porque somos conservadores. É a lei da natureza. Por isso resolvemos fazer as reformas", afirmou.

Segundo o presidente, as mudanças no sistema tributário e previdenciário são necessárias porque não vão trazer mudanças ao Brasil apenas durante o seu mandato. "Se não fizermos (as refromas), daqui há 20 anos não saberemos que Estado teremos. É por isso que estamos convencidos de que vamos fazer o que nos propusemos", enfatizou.

Bem humorado, o presidente disse que em seis meses de governo o Brasil já viu melhorias nos mais diversos setores, inclusive em sua vida pessoal. "Imagine, de Caetés para Príncipe das Asturias", disse Lula, ao referir-se ao prêmio que receberá na Espanha, em outubro deste ano. Lula admitiu, porém, que ainda vai enfrentar muitas dificuldades. "As coisas não são tão fáceis como a gente imagina, mas também não tão difíceis".

O presidente lembrou que o Brasil só vai conseguir atrair investimentos se investir em sua estrutura física e econômica. Nesse sentido, ele disse que a reforma tributária pode contribuir para novos investimentos, porque une a legislação do ICMS e evita a guerra fiscal entre os estados brasileiros.

O presidente Lula só perdeu o bom humor quando o som do microfone em que falava para cerca de 100 participantes do seminário distorceu, provocando um barulho muito alto na sala. "Se tirasse o barulhop ajudaria mais. Quem está ouvindo não está incomodado mas quem está falando tem problemas sérios. Em toda a minha vida política não tive um comício que fiz que não teve problemas de som", afirmou.