Incra poderá desapropriar terras da Fazenda Santa Tereza, em Pernambuco

21/05/2003 - 22h02

Recife, 21/5/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) enviou a Pernambuco uma força-tarefa com a missão de analisar a possibilidade de desapropriação de terras nas proximidades do Engenho Prado, na Fazenda Santa Tereza, município de Tracunhaém, Zona da Mata, a norte do Estado, a 64 quilômetros de Recife.

Acionado pelo superintendente regional do Incra, João Farias, o ouvidor nacional, Gercino Silva, esteve por todo o dia no Engenho tentando um acordo com os invasores. Ao verificar a situação de destruição causada pela ação das 300 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e à Comissão da Pastoral da Terra (CPT), que incendiaram na madrugada de segunda-feira a casa grande, os escritórios, equipamentos, galpões e a plantação de cana da Fazenda Santa Tereza, Gercino reprovou a atitude dos sem-terra.

Em reunião na sede do Incra, em Recife, com os representantes do MST e da CPT, o ouvidor explicou que cinco engenhos próximos ao engenho Prado deverão ser inspecionados ainda esta semana. De acordo com o ouvidor agrário, em virtude de não haver decisão judicial, os sem-terra, permanecerão no local. Na região do engenho Prado, o policiamento militar foi reforçado por soldados do Batalhão de Nazaré da Mata, posicionados em pontos estratégicos de bloqueio na pista.

Os policiais de Nazaré da Mata contam com o apoio de 30 homens do Batalhão de Choque do Recife, que estão nas terras do engenho. De acordo com o coronel Cesar Matos, comandante do 2º Batalhão da Polícia Miliar de Pernambuco (PMPE) e responsável pelo comando da operação, a ação da polícia deixará de ser preventiva para ser repressiva, caso os acampados continuem arrancando a cana plantada pela usina. O clima é tenso na área do engenho.