Musical estréia em Brasília com renda para o Fome Zero

16/05/2003 - 22h34

Brasília, 16/5/2003 (Agência Brasil - ABr) - Promover arte com responsabilidade social tem sido uma prática cada vez mais comum entre empresas brasileiras. A iniciativa também tem contagiado os artistas que encontram no programa Fome Zero um incentivo e uma forma segura para dar sua contribuição. O diretor teatral Pedro Paulo Cava, por exemplo, decidiu dedicar a renda da estréia da turnê nacional do musical Estrela Dalva ao programa.

"Nada melhor do que começar uma temporada nacional por Brasília, dedicando a renda do espetáculo ao programa Fome Zero", contou o diretor, pouco antes da estréia do espetáculo, nesta sexta-feira, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. "Todo artista tem que cumprir essa função social, principalmente, num tempo de mudança, de esperança nova", completou.

O musical sobre a trajetória da cantora Dalva de Oliveira recebeu três premiações, entre elas de melhor montagem mineira, no Prêmio Bonsucesso, concedido pelo Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais. Antes de sair pelo país, o espetáculo ficou um ano em cartaz em Belo Horizonte.

Ao todo, 52 canções são interpretadas por Rose Brant, no papel de Dalva, e pelos outros 15 integrantes do elenco. A curta temporada em Brasília vai até domingo (18), com ingressos a R$ 50,00 e R$ 25,00 (meia válida para estudantes e doadores de 2 Kg de alimentos).

O Fome Zero tem recebido a solidariedade e a adesão de artistas de vários segmentos. No início do mês, o cantor Zezé di Camargo, da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, encontrou-se com o ministro de Segurança Alimentar, José Graziano, para apresentar a disposição de contribuir com a divulgação do programa.

Para o assessor especial da Presidência da República Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, que esteve na estréia do espetáculo, a grande participação de artistas e de toda a sociedade está associada à credibilidade do programa. "Esse é um programa que está acima de partidarismo, de ideologias, de convicções religiosas", disse Frei Betto. Segundo ele, o Tribunal de Contas da União (TCU) tem acompanhado e controlado os programas de combate à fome implementados pelo governo.

"Num país em que de cada dez pessoas, seis nascem entre a pobreza e a miséria, todos nós que nos alimentamos bem diariamente somos frutos da loteria biológica. Isso, de um lado, é uma mera sorte, não pode ser encarado como privilégio, mas, de outro, é uma dívida social, uma responsabilidade que cada um de nós carrega", argumentou Frei Betto.

Para ele, o programa não se restringe à distribuição de alimentos. "Não é só saciar a fome de pão, é saciar a fome de beleza. O Fome Zero quer matar também a fome de dignidade, de cultura, de honradez, de cidadania. O importante é a gente dar as mãos nesse grande mutirão e repartir um pouco daquilo que nós somos", afirmou.

Doações ao Fome Zero – As pessoas interessadas em saber como contribuir com o programa podem ligar gratuitamente para 0800 707 2003 ou acessar a cartilha "Como os voluntários podem fazer parte do programa Fome Zero?" pelo site www.fomezero.gov.br.

As doações em dinheiro podem ser feitas nas contas do programa na Caixa Econômica Federal (Banco 104, Agência 0647-5, Conta 2003-3, Operação 006) e no Banco do Brasil (Banco 001, Agência 1607-1, Agência 1607-1, Conta 1002003-9). Desde a abertura das contas, em março, o Fome Zero já arrecadou mais de R$ 500 mil.