Brasília, 16/5/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os trabalhadores rurais estiveram dois dias em Brasília nesta semana. Foram apresentadas 2000 reinvindicações. Deste grupo, nove são consideradas centrais. "Emergenciais", como lembra o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Manoel José dos Santos. Entre as questões pontuais estão a manutenção dos trabalhadores rurais dentro do Regime Geral da Previdência Social, com aposentadoria especial, mais recursos para a Reforma Agrária e a agricultura familiar e a erradicação do trabalho infantil e a escravidão no campo. De acordo com o presidente da Contag, "a informalidade que existe nas fazendas acaba tornando agricultores escravos".
Manoel dos Santos, no entanto, faz um alerta para os agricultores e os sindicalistas brasileiros. "O processos de negociação, que começamos neste ano seja crescente ao longo deste governo". De acordo com o dirigente, "em outros anos os compromissos assumidos pelo governo ficavam muito distantes na prática, quando vinha o processo da aplicação".
O presidente da Contag reconhece que "qualquer governo é governo", mas ele defende a autonomia do movimento sindical. "Temos de continuar autônomos, independentes com responsabilidade, mas sem nenhuma confusão. O movimento sindical é representativo dos trabalhadores que tem o papel de continuar reivindicando, propondo e pressionando quando necessário, com o espírito da negociação, da construção democrática, mas com independência". (Adriano Gaieski)