Porto Alegre, 25/1/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Educação, Cristovam Buarque, informou hoje que a França deverá repassar ao Brasil conhecimento científico-tecnológico na área de ensino profissionalizante e na aplicação de aprendizagem nas universidades. A expectativa é de que o intercâmbio de cooperação comece a ser desenvolvido até março. O acordo foi fechado hoje durante reunião-almoço mantida entre Cristovam e o ministro da Educação da França, Luc Ferry.
Ao participar de um painel sobre o tema Desenvolvimento Científico e Tecnológico, no Fórum Social Mundial, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), Cristovam defendeu que o Brasil precisa reduzir sua dependência externa de conhecimentos científicos para ganhar a maioridade do saber. "Muito do que se tem aqui é importado", disse citando como exemplo a indústria automobilística. Em sua avaliação, são raras as inovações brasileiras.
O ministro afirmou ainda que um país com 20 milhões de analfabetos e 30% de crianças que não chegam a completar o segundo grau está longe da maioridade e que para chegar lá é preciso contar com a colaboração dos cientistas. Ele também lançou o desafio no sentido de se inverter os valores convencionais, defendendo que a ciência e tecnologia deveria ser utilizada para melhorar a qualidade do ensino básico com a criação de uma nova metodologia e não o contrário se esperando que por meio da educação se estabeleça o conhecimento o avanço científico.
Uma frase mal interpretada por uma das pessoas presentes da platéia, formada em sua maioria por professores universitários e reitores, levou o ministro a garantir que o novo governo não pensa em reduzir a verba orçamentária destinada à área de educação. Um pouco antes, ele havia defendido a tese de que, mesmo com poucos recursos, é possível, com inteligência e criatividade, se avançar na qualidade do ensino.