Porto Alegre, 25/1/2003 (Agência Brasil - ABr) - O assunto era sério mas, para descontrair, o português Paulo Jorge Vieira, ativista de direitos homossexuais em seu país, sugeriu, no início da palestra, agora há pouco, que o 3º Fórum Social Mundial tivesse o título substituído por "Plumas contra a imposição hegemônica". "Se vocês querem um outro mundo, como diz o slogan desse fórum, ele terá que ter muitas plumas", afirmou.
Vieira contou à platéia do ginásio Gigantinho, onde se realizou a conferência "Direitos e Diversidade", a dor de ter sido discriminado na escola e na família, e condenou o abandono a que as famílias submetem seus filhos homossexuais. Para ele, aceitar a condição sexual de uma pessoa e reconhecer as diferenças são condições básicas para se alcançar a liberdade. "Será possível criar alternativas ou um outro mundo, se neste mundo houver a homofobia?", questionou o ativista, criticando o preconceito social contra os homossexuais.
A escola privada, para ele, é o maior inimigo dos homossexuais, por ser controlada majoritariamente por instituições religiosas que discriminam o homossexualismo.
Vieira criticou também os países que discriminam o homossexual e as leis de mercado que impõem preços mais altos para os locais de diversão gay. "Isso se constitui, no mínimo, em exclusão homossexual financeira", observou.