Fórum Social debate a escravidão no Brasil

25/01/2003 - 17h42

Porto Alegre, 25/1/2003 (Agência Brasil - ABr) - A escravidão ainda é tema de discussão no Brasil. Atualmente, cerca de 25 mil pessoas continuam trabalhando como escravas no país. Cento e quinze anos depois da assinatura da Lei Áurea, o trabalho forçado ainda é uma prática comum, principalmente nas regiões norte, nordeste e centro-oeste. Durante a oficina "trabalho escravo, uma chaga aberta", no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, o tema foi mostrado de forma drástica, com a apresentação de vídeos que chocaram o público de cerca de mil pessoas que assistiam o evento.

Participaram representantes da Associação dos Magistrados no Trabalho, do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, da Procuradoria do Trabalho e da Confederação Nacional dos Bispos. O secretário especial dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, também esteve presente à oficina e disse que a principal meta da secretaria é a eliminação do trabalho escravo no Brasil.

Na forma mais comum deste tipo de crime, o trabalhador é contratado por um funcionário chamado "gato". O escravo é tão bem atendido antes de começar a trabalhar, que chega a receber viagens de avião. Quando chega ao local de trabalho, ele recebe uma lista de gastos que já o faz começar a trabalhar em débito com o patrão. Na lista entram os gastos com transporte, hospedagem, remédios, equipamentos e alimentação. Como o salário não é suficiente, o trabalhador fica sujeito ao patrão, que promete a liberdade só àqueles que conseguirem saldar as dívidas, o que nunca é alcançado. (Daniel Yamanaka)