Fórum discute o destino dos catadores de lixo

05/12/2002 - 11h04

Brasília, 5/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - Trabalhar e até mesmo viver nos lixões, catando o lixo reciclável; disputar os detritos com ratos, baratas e urubus. Esta é a realidade de muitas crianças e adolescentes brasileiros que trocam as salas de aula pela insalubridade de um trabalho com condições subumanas, a fim ajudar na renda da família. Para acabar com essa situação, o Fórum Nacional Lixo e Cidadania, através da Campanha Lixo Nunca Mais, já tirou mais de 46 mil crianças dos lixões. O anúncio foi feito, na manhã de hoje, por Teia Magalhães, da Organização não Governamental Água e Vida, e secretária executiva do Fórum.

O fórum, criado em 1998, tem como objetivo colocar crianças e adolescentes que trabalham com lixo nas escolas e em atividades complementares; inserir socialmente e economicamente os catadores em programas de coleta seletiva e erradicar os lixões.

As famílias que tiram seus filhos do trabalho nos lixões recebem, do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, do Governo Federal, uma bolsa mensal no valor de R$ 40 por criança, "desde que ela freqüente a escola e as atividades complementares. Não há um teto máximo por família. Os municípios também recebem uma ajuda de R$ 10 para investir em aulas de dança, computação, arte, esportes, entre outros", explicou Teia Magalhães,

As atividades complementares, de acordo com Teia, são para que os alunos não voltem para os lixões quando as aulas terminarem. "Eles terão outras ocupações no período da tarde. Estarão sempre nas escolas desenvolvendo algum trabalho". Segundo ela, uma medida que deve ser tomada com urgência é a erradicação dos lixões. "Enquanto eles existirem e houver miséria, teremos gente catando lixo com sua família e suas crianças, porque essa será a sua fonte de sobrevivência", afirmou a secretária.