Governo gaúcho teme acidente ecológico em águas do sul

25/10/2002 - 20h14

Porto Alegre, 25/10/2002 (Agência Brasil - ABr) - A Superintendência do Porto de Rio Grande vai decidir até a próxima semana de que forma poderá evitar que o navio "Sea Lady" atraque no porto gaúcho. A embarcação foi expulsa das águas brasileiras há 13 dias, pela Capitania dos Portos, por apresentar mais de 50 irregularidades e oferecer riscos ao meio ambiente.

Há risco de rompimento na mangueira por onde passa a carga e a tripulação não está preparada para lidar com a situação. Mesmo assim, o navio obteve de uma empresa classificadora a declaração de que não apresenta problemas. O "Sea Lady" está no chamado Polígono de Espera, fora da Barra de Rio Grande, e aguarda liberação para atracar e descarregar as 16 mil toneladas de ácido sulfúrico armazenadas em seus porões.

A administração do porto, submetida à Secretaria dos Transportes, teme os problemas enfrentados pelo Estado em 1998, quando o navio "Bahamas" atracou com a mesma carga e as mesmas irregularidades do "Sea Lady". Já atracado, para evitar o risco iminente de explosão, especialistas determinaram o lançamento, no Canal Rio Grande, de 12 mil toneladas de ácido sulfúrico e outros ingredientes nocivos ao meio ambiente. Até hoje, nem pescadores e nem moradores foram indenizados pelos prejuízos.

Na primeira tentativa de atracação, a Capitania  dos  Portos já determinou que o navio deveria  ser avaliado pelo Port State Control (inspeção naval que verifica aspectos de navegabilidade e operacionalidade do  navio e a capacitação técnica de sua tripulação). Em seguida, o navio deveria depositar em juízo, em agência bancária de Rio Grande,  US$ 50 milhões para cobrir eventuais  prejuízos à cidade e à região.

O governo do Rio Grande do Sul entende que não será possível receber novamente uma embarcação que apresenta tantos riscos, e que poderá trazer prejuízos ao município, ao Estado e ao Brasil. Por isso, tomará sua decisão junto com todos os envolvidos na questão, a fim de proteger a atividade portuária e o meio ambiente na região.