Principal grupo militante islâmico promete manter ataques na Caxemira

28/06/2002 - 14h31

Brasília, 28 (Agência Brasil - ABr/CNN) - O Hezbul Mujahedin, principal grupo militante islâmico na Caxemira, prometeu hoje dar continuidade aos ataques violentos contra as forças de segurança indianas. O anúncio foi uma resposta à decisão da Índia de manter suas tropas mobilizadas nas fronteiras com o Paquistão por pelo menos mais quatro meses. As informações são da CNN.

Ontem (27), em novos incidentes de violência no lado indiano da Caxemira, 19 pessoas morreram e 26 ficaram feridas. Em um ataque reivindicado pelo Hezbul Mujahedin, três soldados foram mortos quando o veículo militar em que viajavam passou sobre uma mina terrestre perto de Pahaldam, a 100 quilômetros de Srinigar, a capital da província.

"Vamos continuar atacando as chamadas forças de segurança e perturbar o sono das forças de segurança indianas e de seus capangas", declarou um porta-voz do grupo extremista.

A Índia pretende manter presença militar nas fronteiras até a realização de eleições cruciais no estado de Jammu e Caxemira, em 14 de outubro. A informação foi divulgada ontem pelo ministro da Defesa indiano, George Fernandes.

Cerca de 1 milhão de soldados indianos e paquistaneses estão mobilizados na fronteira entre os dois países, bem como na chamada Linha de Controle, que divide a Caxemira em duas áreas – uma controlada por Nova Délhi e a outra, por Islamabad. "Não podemos retirar nossas forças antes que as eleições estejam concluídas. E, posteriormente, tudo dependerá da situação", disse Fernandes. "Temos forças de segurança ao longo das fronteiras e lá elas permanecerão até outubro".

As eleições em Jammu e Caxemira – o único estado de maioria muçulmana na Índia – são vistas por Nova Délhi como crucial para pôr fim à disputa no território, onde um levante separatista iniciado há 12 anos já causou a morte de dezenas de milhares de pessoas.

O governo indiano, que controla 45%da região, atribui os ataques contra suas forças a grupos separatistas apoiados pelo Paquistão, que rejeita as acusações, garantindo dar apenas "suporte moral" a militantes que travam uma "luta de libertação" do povo da Caxemira.