Vitiligo pode ser confundida com manchas de verme

24/06/2002 - 20h42

Brasília, 24 (Agência Brasil - ABr) - O dermatologista do Hospital Universitário de Brasília (HUB), Roberto Azambuja, explicou hoje, em entrevista à Rádio Nacional Amazônia, que o surgimento de manchas brancas na pele pode ser sintoma de vitiligo, mal que provoca a perda do pigmento melanina, que dá cor à pele. Como não possui outro sintoma, é comum o problema não despertar, no início, a preocupação necessária. Se tratada logo no começo, as chances de sucesso são maiores.

"Muitas mães deixam de levar as crianças ao médico porque acham que é mancha de verme", explicou. A causa deste distúrbio que atinge 2% da população mundial, independente de raça, etnia ou sexo, ainda é desconhecida. Apenas alguns fatores desencadeantes foram identificados – queimaduras solares, traumatismos e inflamações na pele e, até mesmo, estresse.

Sem o pigmento natural, a pessoa fica mais sensível à exposição solar e, portanto, ao câncer de pele. Outra grave conseqüência é o preconceito sofrido pelos portadores de vitiligo. A desinformação é a principal causa da discriminação que vai desde a piadas quanto ao aspecto malhado da pele à repulsa.

Ao contrário do que muitos acreditam, o vitiligo não é contagioso e existe tratamento que dura, em média, de seis meses a um ano e meio. De acordo com Azambuja, as crianças têm mais predisposição a desenvolver o distúrbio. Em geral, as manchas aparecem até os dez anos, mas podem ocorrer em qualquer idade.

A resposta ao tratamento é individual, dependendo da reação do organismo de cada um. Em alguns casos, as manchas podem desaparecer totalmente. "O importante é que as pessoas se consultem assim que surgir qualquer mancha branca, pois o tratamento é mais fácil e a chance de cura total é maior, principalmente em crianças", concluiu o dermatologista.