Brasil quer exportar mais carne para União Européia

24/06/2002 - 21h25

Brasília, 24 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, solicitará à União Européia (UE) a ampliação da cota de exportação de carne brasileira para a Europa. O pedido se baseia no fato de que a UE recentemente aumentou em 10 mil toneladas a cota Hilton - que permite a exportação sem tarifação - para a Argentina, que já tinha possibilidade de exportar 28 mil toneladas, sem ter feito o mesmo com a cota brasileira, que atualmente está estacionada em 5 mil toneladas.

A intervenção do ministro Amaral foi solicitada hoje pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Industrializadas (Abiec), Edivar Vilela de Queiroz, que considerou a medida da UE "uma injustiça com o Brasil, que tem um rebanho de 167 milhões de cabeças de gado, enquanto a Argentina tem somente 48 milhões".

De acordo com Edivar, a maioria das exportações de carne brasileira é feita com tributação, dentro da cota Gatt. "O Brasil exporta quase tudo dessa cota, ou seja, de uma cota de 57 mil toneladas, exportamos até 78%. "Estamos sendo penalizados porque exportamos dentro de uma taxa que paga taxa e a que não paga está sendo dada para a Argentina", enfatizou.

Edivar disse também que, para o setor de exportação de carne, é importante vender no exterior o seu excedente de produção, que atualmente é de 10 % do mercado interno. Ele afirmou que no momento as empresas frigoríficas brasileiras estão bastante atingidas pela má distribuição de cotas de exportação.

Sérgio Amaral afirmou que apesar do sistema de cotas para a exportação de carne estar sendo muito bem conduzido pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Pratini de Moraes, além dos setores competentes do Itamaraty irá juntar seus esforços para atender o pleito de aumento de cotas. "Elas podem e devem ser aumentadas", confirmou.