Pinguelli Rosa vê abertura para capitalização da estatal do setor elétrico

14/03/2008 - 21h06

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A aprovação da Medida Provisória 396 "é um passo importante para dar maior poder de capitalização à Eletrobrás", na avaliação do diretor da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Riode Janeiro (Coppe/UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa. “A Eletrobrás éa maior empresa do setor no país e tem um poderde capitalização muito grande, proveniente dos recursosoriundos de Itaipu e também da própria receita dasoutras empresas do grupo. Com a MP, ela terá ainda maior capacidade de captar investimentos e poderá se colocar em posição próxima à exercida hoje pela Petrobras, no setor do petróleo", afirmou.Para o professor, que presidiu a Eletrobrás nos primeiros anos do governo Lula, a MPpossibilitará à estatal disputar espaço com a iniciativa privada, sem necessidade de ser minoritária nas parcerias. Ele rechaçou as críticas no sentido de que a medida poderia significar uma retomada da estatização do setor elétrico. “Os comercializadores de energia são predadores, vendem o produto de forma desordenada e criam um ambiente que levou, inclusive, à preocupação com a falta de energia no país – essa figura do comercializador de energia não é construtiva para o país”, disse.Pinguelli disse esperar que a Eletrobrás passe a atuar de forma mais ativa e venha a exercer um papel mais determinante, inclusive traçando diretrizes do modelo energético hoje adotado: “Quando Furnas temmaior importância do que o sócio privado em umdeterminado empreendimento e ela é obrigada por lei a serminoritária na sociedade, isto é, sim, prejudicial aosinteresses do país – pois prejudica o desempenho do setorelétrico como um todo.”