Protocolo de Quioto: Pinguelli destaca participação brasileira no processo

16/02/2005 - 18h25

Rio, 16/2/2005 (Agência Brasil - ABr) - O secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa, disse que o Protocolo de Quioto, que entrou em vigor hoje, é fruto de um longo processo - a reunião de Quioto ocorreu em 1997 - no qual o Brasil teve uma participação importante e séria. "Graças a isso, existe o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo", ressaltou o físico.

Segundo Pinguelli, o Mecanismo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo pode atrair investimentos para o Brasil em atividades que evitem piorar o efeito estufa, que é o aumento da temperatura global. Pinguelli disse que a entrada em vigor do Protocolo de Quioto é um momento importante, mas destacou que não encerra as discussões. "O Brasil terá que se envolver também dentro de um processo onde alguns projetos poderão ser apresentados. Vai depender do interesse das empresas. Existe uma série de ações que vão ser feitas que não se resumem a ações de governo", afirmou.

Apesar de destacar a importância da entrada do protocolo em vigor, o físico ressaltou que não o considera uma "panacéia", porque, sozinho, tal instrumento não trará a solução de todos os problemas que estão ocorrendo no clima da Terra: "Acho que vai haver outras medidas. O protocolo é um passo e não esgota o processo".

Segundo Pinguelli, o governo brasileiro tem dado muita atenção à questão ambiental e deve adotar medidas concretas nesse campo, priorizando o combate ao desmatamento predatório na Amazônia e a política de integração das diversas formas de energia renovável, já utilizadas no Brasil, dentro de uma política climática. De acordo com o físico, deverá ser realizado também um estudo sobre a vulnerabilidade do país às mudanças climáticas, que agravam a situação da população em algumas regiões.