Keite Camacho
Enviada especial

Goiânia – Numa operação da Polícia Militar para cumprir um mandato de reintegração de posse do Parque Oeste Industrial em Goiânia, dois mil policiais desocuparam a área onde três mil pessoas moravam de forma irregular. A ação resultou na morte de duas pessoas e feriu outras 26. Quatro ainda estão em estado grave.

As vítimas foram identificadas como Wagner da Silva Moreira e Pedro Nascimento. Pelo menos 800 sem-teto foram presos. A justiça expediu 23 mandados de prisão durante a ação. O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, se reuniu no início da noite desta quarta-feira com o vice-governador de Goiás, Alcides Rodrigues, e com o secretário estadual de Segurança Pública, Jônathas Silva.

O ministro considerou a situação grave. Na noite de ontem, o governador do estado, Marconi Perillo havia garantido à SEDH que tomaria providências para evitar o uso da violência no local. De acordo com assessoria do ministro, o secretário-adjunto Mário Mamede manteve contatos com a procuradora-geral do Estado, Laura Bueno, além da comissão de moradores da área ocupada, que alertava para a possibilidade de violência durante a operação policial. Segundo a secretaria, o secretário manifestou ao governador e ao presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, Jamil Pereira, preocupação com o caso.

O tenente-coronel da PM Carlos Antônio Elias, que estava presente na operação, afirmou que aproximadamente dois mil policiais participaram da ação e que não foi utilizada munição letal. "Nós encontramos uma resistência considerável por parte deles, que traziam paus, pedras e armas de fogo", disse o tenente-coronel. Os moradores da região rebatem as críticas dizendo que houve uso excessivo de violência.