André Luís autoriza quebra de sigilos pelo Conselho de Ética da Câmara

16/02/2005 - 21h13

Brasília, 16/2/2005 (Agência Brasil - ABr) - Acusado de várias irregularidades, entre elas tentativa de suborno e ameaça de morte, o deputado federal André Luís (sem partido/RJ) assinou hoje um termo em que autoriza a quebra de seus sigilos bancário e telefônico, durante audiência do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

De acordo com o empresário Alexandre Chaves, responsável pela gravação das fitas que servem de prova contra o deputado, André Luís o ameaçou de morte por doze vezes. O mesmo aconteceu com o empresário de jogos Carlos Cachoeira e o jornalista Jairo Martins. Eles divulgaram uma fita na qual André Luís (ex-PMDB/RJ) aparece pedindo propina a Cachoeira, na própria casa do parlamentar

O deputado disse que possui o resultado de uma perícia feita pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que prova não ser sua a voz na gravação feita por Chaves. O deputado prestou um depoimento de três horas na comissão. Ele afirmou que não conhece Cachoeira e nenhum dos outros envolvidos e não entende porque foi vítima do que define como "conspiração".

André Luís assegurou ainda que não conhece Chaves, Martins ou Cachoeira: "Também tenho provas que demonstram que sequer estava no meu gabinete quando essas ligações foram feitas. Estava em Lagamar, a 400 quilômetros de Brasília".

Por sua vez, Cachoeira reafirmou que o deputado pediu R$ 4 milhões para não colocar seu nome no relatório final da CPI da da Assembléia do Rio sobre a Loteria Estado (Loterj). A conversa, segundo Cachoeira, teria sido gravada por Alexandre Chaves.De acordo com Chaves, as gravações somam quase sete horas e estão reunidas em pelo menos quatro CDs.

A pedido da deputada e e ex-juíza Denise Frossard (PPS-RJ), Chaves se prontificou a entregar cópia das gravações ao Conselho. O Conselho de Ética ouvirá amanhã as testemunhas de defesa do deputado André Luis. Entre elas, está o deputado José Divino (PMDB/RJ).