América Latina e Caribe discutem mecanismo comum de assistência humanitária

17/06/2010 - 21h49

Luiz Antônio Alves
Correspondente da Agência Brasil na Argentina

 

Buenos Aires – As delegações técnicas de 20 países da América Latina e do Caribe iniciaram hoje (17), na capital argentina, um encontro sobre mecanismo comum de assistência humanitária que possa atender com rapidez e eficiência às vítimas de catástrofes naturais. O encontro tem como ponto de partida a constatação de que nas últimas décadas esses desastres aumentaram em número e intensidade - como é o caso dos terremotos no Haiti e no Chile -, atingindo quatro milhões de pessoas em anos mais recentes.

 

O documento que inicia os debates no encontro de Buenos Aires foi elaborado pelo Ministério das Relações Exteriores e pela Comissão Capacetes Brancos, organização do governo argentino reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1994, e que atua como uma entidade de defesa civil. De acordo com o documento, este não é mais o momento de apenas trocar experiências sobre a ajuda humanitária em casos de catástrofes mas também de prevenir, planejar e coordenar as ações de cada país da América Latina e do Caribe a partir de um mecanismo único que permita otimizar os trabalhos humanitários, acelerando os procedimentos de atuação das equipes envolvidas neste trabalho.

 

As organizações regionais já atuam na assistência humanitária no continente, como é o caso do Comitê Andino para a Prevenção e Atendimento a Desastres. No entanto, na reunião de Cúpula do Mercosul ocorrida em julho de 2009, em Assunção, os presidentes do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai aprovaram declaração que reconhecia a necessidade de agilizar e fortalecer a prevenção diante dos fenômenos naturais. A partir de então, sucessivos encontros regionais do Mercosul abriram caminho para a adoção de mecanismos mais aperfeiçoados de atendimento às populações atingidas por desastres.

 

O encontro de Buenos Aires analisará esses mecanismos - como é o caso da defesa civil, por exemplo - para criar um modelo de atendimento humanitário que seja comum aos países da América Latina e do Caribe. Este modelo buscará evitar problemas que podem dificultar a assistência às vítimas de catástrofes, como é o caso, por exemplo, da distribuição de remédios com data de validade vencida.

 

O encontro de Buenos Aires termina na tarde de amanhã (18). Antes, a delegação brasileira - composta por representantes dos ministérios da Integração Nacional, Saúde, Educação e das Relações Exteriores - fará uma apresentação técnica sobre as ferramentas virtuais que podem ser utilizadas na assistência humanitária. Após a apresentação, haverá trabalhos em grupos para discutir o tema. Também amanhã, haverá debates sobre adaptações às mudanças climáticas no Planeta, a estratégia internacional para a redução de desastres, as organização das comunidades para enfrentar desastres ambientais, entre outros temas. O encontro termina às 17h, com a divulgação da Declaração de Buenos Aires.

 

 

Edição: Aécio Amado