Ahmadinejad nega isolamento do Irã

17/06/2010 - 11h07

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Sem mencionar as sanções extras impostas ontem (16) pelos Estados Unidos ao Irã, o presidente Mahmoud Ahmadinejad voltou hoje (17) a atacar o governo do presidente norte-americano, Barack Obama. Ahmadinejad rejeitou a política externa defendida por Obama que, segundo ele, prega o isolamento do Irã na comunidade internacional. Segundo o iraniano, os Estados Unidos com sua “política de autoritarismo” é que se isolam nesse cenário.

As informações são da televisão estatal iraniana, a PressTV. “Os políticos dos Estados Unidos acreditam que podem isolar o Irã com uma resolução [impondo uma série de restrições ao país]”, disse Ahmadinejad. “Desafio [autoridades dos] Estados Unidos a viajar para qualquer parte do mundo, ao lado de um oficial iraniano, para que possam ver que país é de fato isolado: o Irã ou os Estados Unidos.”

Ahmadinejad disse ainda que o governo dos Estado Unidos prossegue com a adoção de uma “política externa autoritária”, mas esbarra em movimentos de oposição no Irã e em outras partes do mundo. Segundo ele, há uma campanha norte-americana, que começou com a aprovação de sanções ao Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas, para isolar os iranianos. Ahmadinejad está em viagem às províncias Chahar Mahaal e Bakhtiari.

Ontem (16) o governo dos Estados Unidos aprovou medidas que restrigem as operações bancárias, a circulação de navios, a atuação de empresas nos setores de petróleo, gás e energia, além de aumentar a fiscalização das atividades da Guarda Revolucionária Iraniana. Para as autoridades norte-americanas, a manutenção do programa nuclear é uma ameaça à comunidade internacional. As sanções foram divulgadas no site do Departamento do Tesouro norte-americano.

As sanções norte-americanas ampliam as resoluções aprovadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) na última quarta-feira (9). Dos 15 integrantes do Conselho de Segurança, 12 aprovaram as restrições ao Irã. Apenas o Brasil e a Turquia votaram contra a imposição das medidas. O Líbano se absteve.

Edição: Graça Adjuto