Mariana Jungmann
Enviada Especial
Salvador - O Brasildeve substituir as termelétricas por energia eólica e fotovoltaica nacomplementação de sua matriz energética para mantê-la limpa. Essa foi a ideia defendida pelo ambientalista Rubens Born, coordenador-executivo da organização não governamental Vitae Civilis, hoje (29), no Fórum Social Mundial Temático da Bahia. Apósparticipar de debate sobre mudanças climáticas, Born disseà Agência Brasil que o Brasil utiliza apenas cerca de 2,5% de seupotencial eólico e que essa matriz precisa ser ampliada, mesmo que noinício custe mais caro. “Existe uma coisa chamada curva de aprendizado.No início custa mais, mas, à medida que vai sendo produzido em largaescala, aquilo se torna mais barato. Foi assim com os aparelhoscelulares, com a televisão, com o computador. E o Brasil agora estábaixando suas emissões espontaneamente, mas vai chegar a hora que elevai ser obrigado a fazer isso e é melhor que o país esteja preparado.” Segundo Born, a instalação de equipamentos que geram energias alternativas pode ser mais cara, mas o baixo consumo, depois,compensa o preço. Ao lembrar que as termelétricas têm tido maior participação nos leilões de energia, o ambientalista classificou de hipócrita o argumento comumente usado para justificar o uso das térmicas, o de que faltam licençasambientais para as usinas hidrelétricas. E critica os projetos das hidrelétricas.“Os projetos para as usinashidrelétricas são mal feitos, não levam em consideração a questãoambiental e, por isso, têm problemas com as licenças. E depois, você podecomplementar com eólica ou fotovoltaica. Não precisa ser térmica”,defendeu. Ele ainda elogiou a iniciativa do governo de baixar oImposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os produtos com baixoconsumo de energia. Segundo Born, ações de eficiência no consumopoderiam reduzir em 43% a demanda por energia. “É de ações como essasque nós precisamos. Não dá para ficar pensando apenas na oferta.”