Mariana Jungmann
Enviada Especial
Salvador - O Fórum Social Mundial Temático da Bahia foi palco hoje (29) deprotestos contra a presença militar brasileira no Haiti. Ativistas doPartido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) e da CoordenaçãoNacional de Lutas (Conlutas) organizaram uma manifestação em frente àpraça Campo Grande, em Salvador. De acordo com osecretário-executivo da Conlutas, Paulo Barela, o ato foi realizado em defesa daautodeterminação do povo haitiano e contra o envio de tropas ao país.“A reconstrução do Haiti deve ser entregue ao povo haitiano, àsorganizações de trabalhadores e de classes”, explicou. Segundoele, os ativistas que fizeram o protesto hoje já eram contra a presençamilitar brasileira e de qualquer outro país no Haiti antes dascatástrofes naturais. “Eles [os haitianos] não precisam de tropas, precisam demédicos, remédios, comida”, alegou Barela A manifestação teve aparticipação de jovens estudantes e provocou congestionamentos nocentro da capital baiana, já que ocorreu no horário de maior trânsito. O PSTU, a Conlutas, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto ea organização Intersindical estão arrecadando R$ 100 mil para enviar aopaís arrasado pelo terremoto do dia 12 de janeiro. “Não é apenas para a reconstrução das casas, mas também para ajudar a reerguer as organizações do país”, contou Barela. Hojede manhã, duas ativistas estenderam uma grande faixa na UniversidadeCatólica de Salvador, onde ocorria o credenciamento para o fórum. Afaixa dizia “solidariedade sim, ocupação militar não”. De acordo comuma delas, Maria Célia Adelino, “o Haiti já se reergueu sozinho umavez, após sua revolução contra os franceses, no século 19”, e será capazde fazer isso novamente.