Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma semana depois que a pior chuva dos últimos anos caiu sobre a região de Cuzco (Peru), próxima ao sítio arqueológico de Machu Picchu e isolou quem estava na área, o governo peruano informou ter retirados todas as pessoas ilhadas – 4.005 homens, mulheres e crianças. Desse total, 3,5 mil eram turistas, na maioria estrangeiros, só brasileiros somavam 278. Os últimos 68 brasileiros foram retirados ontem (29) no final do dia. O cálculo preliminar das autoridades peruanas é de que dez pessoas morreram e cerca de 11 mil a 13 mil ficaram desabrigadas. Entre os brasileiros, segundo a Embaixada do Brasil no Peru, todos foram salvos – sem mortos nem feridos. O drama na Região Sul peruana permanece, uma vez que13 províncias foram afetadas. Desde o último fim de semana, chove praticamente todos os dias nessa área, onde ficam o sítio arqueológico de Machu Picchu e a cidade de Águas Calientes. O presidente do Peru, Alan García, sobrevoou ontem a região do povoado de Águas Calientes – que serve como base para quem viaja até Cuzco e Machu Picchu. García pediu calma aos moradores e autoridades locais. Segundo ele, é necessário evitar o “alarmismo”. Também afirmou que o governo peruano vai reconstruir as estradas férreas e terrestres, além de reorganizar a comunicação na região.Foram destruídas estradas, ruas, pontes e a única linha férrea que ligava Cuzco a Machu Picchu. Houve desabastecimento de água, energia e comida. As perdas atingem ainda cerca de 14 mil hectares de terras plantadas – principalmente milho, uma vez que o Sul do país é uma das regiões de maior produção no Peru. De acordo com a Embaixada do Brasil em Lima (Peru), será prestada assistência a todos os brasileiros com apoio para obtenção de estadas em hotéis e pousadas – até o retorno ao Brasil. Amanhã (31) deve chegar ao Peru uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) com 4 toneladas de alimentos doados pelo governo brasileiro.Uma das alternativas, analisadas pelo governo brasileiro, é trazer alguns dos turistas em uma aeronave militar já que há grande dificuldade de se encontrar vagas em voos comerciais. Até ontem, a embaixada não tinha a lista dos interessados em tentar um assento em um voo da FAB.