Venezuelana é presa em hospital federal do Rio por exercício ilegal da medicina

29/01/2010 - 0h13

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Uma venezuelana foipresa no Rio de Janeiro, sob a acusação de exercer a medicina semautorização e de apresentar documentos de outra pessoa. LauraGonzález foi detida ontem (28) no Hospital do Andaraí, quandoacompanhava um paciente que estava sendo transportado em umaambulância da empresa Transmedical.De acordo com informaçõesdo Ministério da Saúde, que administra o hospital, ao chegar aolocal a equipe médica do Andaraí desconfiou de Laura e pediu suadocumentação, para comprovar se ela realmente era médica. Ao serquestionada sobre o seu número de registro profissional, ela nãosoube informar e pegou no bolso o número de registro de outramédica, identificada como Roberta.Nesse momento, a equipe doHospital do Andaraí chamou a polícia, que prendeu a venezuelana. Nadelegacia, Laura alegou que era estagiária e que estava naambulância apenas acompanhando a médica, Roberta, que afirma ter seausentado do veículo por estar passando mal.Laura foi levadapara a 18ª Delegacia de Polícia. A advogada dela, Liliane Duarte,informou que a médica é colombiana naturalizada na Venezuela, eestá no Rio de Janeiro para fazer curso de pós-graduação na SantaCasa de Misericórdia. Segundo a polícia, Laura foi autuadapor falsidade ideológica e pode pegar de um a cinco anos de prisão;e por exercício ilegal da profissão. Neste caso, a pena varia deseis meses a dois anos. De acordo com a polícia, as empresas deremoção em ambulância envolvidas no caso poderão ser alvos desindicância. O Ministério da Saúde informou que o Hospitaldo Andaraí entrou em contato com a empresa de ambulâncias Toesaontem para levar um paciente ao Hospital da Lagoa, para uma cirurgiade implantação de marcapasso. Foi na volta desse paciente para oHospital do Andaraí que Laura foi descoberta.O ministério quer saber agora por que foi uma ambulância daTransmedical que atendeu ao chamado em vez da Toesa, única empresacom quem o Hospital do Andaraí tem contrato. A pasta suspeita que aToesa tenha terceirizado o serviço para uma outra empresa, em vez deatender ao chamado com suas próprias ambulâncias.Osuperintendente da Toesa, Daniel Gomes, afirmou que, ainda que aempresa tenha subcontratado a Transmedical para fazer o serviço noHospital do Andaraí, não tem qualquer responsabilidade sobre aausência de um médico credenciado na ambulância.OMinistério da Saúde informou que abrirá uma sindicância paraapurar por que a ambulância, do tipo UTI móvel, não tinha ummédico credenciado a bordo. Sob orientação do seu advogado, aTransmedical não quis se pronunciar sobre o assunto.