Estudantes preparam manifestação-relâmpago contra Chávez em Caracas

29/01/2010 - 15h44

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Liderados pelos estudantes da Universidade Católica Andrés Bello(UCBA) da Venezuela, os universitários do país preparam para hoje (29)um protesto-relâmpago em uma das principais avenidas de Caracas. Amanifestação é uma reação às ameaças do governo do presidente HugoChávez de reprimir os protestos que põe em dúvida a liberdade deexpressão no país. A série de protestos agrava a tensão políticainterna provocada por baixas no governo e pela crise dedesabastecimento de energia. A onda de manifestações começou nofim de semana depois da suspensão dos sinais de seis canais detelevisão. Hoje completa o 6º dia de protestos. Ontem (28) Chávezapelou aos prefeitos para que usem a força policial para repreender asações populares. Os estudantes evitam detalhar os horário e olocal da manifestação. Mas avisam que todos os interessados serãoinformados. O receio deles é que a repressão oficial iniba as adesões eintensifique a segurança. Os protestos têm levado centenas devenezuelanos às ruas das principais cidades do país. Oficialmente, duaspessoas morreram e 11 ficaram feridas. Os manifestantes denunciamagressões das autoridades de segurança.O estopim para a onda demanifestações foi a suspensão do sinal da emissora independente RCTVconsiderada uma das mais populares do país. Há quase três anos aemissora é obrigada a transmitir sua programação de Miami (EstadosUnidos), depois que o governo venezuelano não renovou sua concessão.Outros cinco canais de televisão também tiveram os sinais suspensos. Segundoo governo Chávez, as redes de televisão não cumpriram com as regraspara a transmissão de sua programação. No entanto os diretores dasemissoras afirmam que a decisão é política. No caso da RCTV a emissoranão teria transmitido a íntegra de um discurso do presidente daRepública.A série de manifestações ocorre na mesma semana em queo vice-presidente, os ministros e até o presidente do Banco Centralrenunciaram aos cargos. Alegando questões pessoais, o vice-presidenteda República e ministro da Defesa, Ramón Carrizalez, e sua mulher, aministra do Meio Ambiente Yubirí Ortega, deixaram o governo.Em seguida foi a vezdo presidente do Banco Central da Venezuela, Eugenio Vazquez Orellana,que também renunciou. Chávez anunciou os nomes dos substitutos, mas ocargo no Banco Central continua vago.