Empresários e trabalhadores criticam fim da redução do IPI

29/01/2010 - 15h49

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O benefício de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os eletrodomésticos de linha branca, que expira no próximo domingo (31),deveria ser expandido. É o que defende a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio).Para a entidade, otérmino da redução afetará o poder de compra das famílias. O presidente da Fecomercio, Abram Szajman, acredita que o resultado da arrecadação, pelos segmentos quevão perder o benefício, pode não ser positivo como calculam asautoridades econômicas. “Elevar a carga tributária é, efetivamente, reduzir opoder de compra do consumidor”, avaliou.Szajman estimou que, sem a redução, a arrecadação do período em que vigorou o desconto fiscal seria pior por conta da queda do consumo. Para ele, asmedidas do governo foram decisivas para o bom desempenho do varejo em 2009, alcançadomesmo durante a crise econômica internacional. Os resultados positivos do consumo sobre os produtosbeneficiados pela redução do IPI comprovam que a carga tributária émuito alta no país e que o governo pode substituir as operações comalíquotas mais altas por operações com taxas mais baixas, conforme a Fecomercio.Já aForça Sindical classificou a não prorrogação da redução do IPI como uma"insensibilidade social" do Ministério da Fazenda. “A eliminação desteincentivo é prematura e pode trazer incertezas para os setoresenvolvidos, gerando desemprego. O incentivo deve ser prorrogado,ajudando a fomentar a economia e o crescimento econômico. Vale lembrarque a redução deu fôlego às vendas e poupou o fechamento de milhares depostos de trabalho, nos setores metalúrgico, químico, de borracha ecomércio”, disse o presidente da entidade, Paulo Pereira daSilva.Para o diretor do departamento de Estudos Econômicos daFederação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), PauloFrancini, o fim da redução do IPI é, de certa forma, algonatural para qualquer país que implementa programas de enfrentamento decrises econômicas. “O governo acaba criando estímulos para a economia e,a partir do momento que a economia começa a se recuperar, é natural aretirada dos incentivos.”